quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Primeiro voo de balão

No dia 20 de setembro de 1898, Santos Dumont realiza primeiro voo
 de um balão com propulsão própria.


Fonte: História Digital

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Para Ozymandias, com amor


Para Ozymandias, com amor

O filme Para Roma, com Amor, dois personagens dizem sofrer de melancolia de Ozymandias. Woody Allen construiu as falas assim, como se eles se referissem a um conceito psicanalítico. Freud deu nome ao Complexo de Édipo; Woody Allen fez o mesmo com a melancolia de Ozymandias. Foi em 1980, no filme Stardust Memories, que ele falou pela primeira vez dessa tristeza que alguém sente quando constata que mesmo coisas grandiosas não resistem ao tempo. O próprio Allen diz que sofre disso. Acho que a maioria das pessoas que refletem sobre a existência também. Há uma ironia no contexto em que Woody Allen usa Ozymandias. Volto a isso lá no fim do texto.
Não quero falar do filme, mas de Ozymandias, que é uma história dentro da história. Ozymandias é a palavra grega que corresponde ao nome do faraó Ramsés II. Ele teve o mais longo e mais poderoso reinado no Egito. Talvez não seja exagero dizer que, durante algumas décadas, foi o homem mais importante do mundo.
No século 19 a Europa vivia um período de fascinação pelas antigas civilizações e uma estátua de Ramsés/Ozymandias foi disputada por Napoleão e pelos ingleses. A peça acabou ficando com os ingleses e foi instalada no Museu Britânico, onde pode ser admirada. Poucos meses antes do fragmento da estátua chegar a Londres, provavelmente inspirados pelo noticiário sobre ela, os poetas Percy Shelley e Horace Smith combinaram uma competição: os dois iriam escrever poemas sobre Ozymandias (Shelley devia gostar dessas provocações; foi em uma situação semelhante proposta por ele que Mary Shelley inventou a história de Frankenstein e John Polidori fez o primeiro livro sobre um vampiro).
Os dois poemas que resultaram do desafio seguem um mesmo raciocínio. Falam do faraó poderoso para abordar a vulnerabilidade dos seres humanos e de suas obras (“Contemplem as minhas obras, ó poderosos, e desesperai-vos! / Nada mais resta: em redor a decadência / Daquele destroço colossal, sem limite e vazio”). Horace Smith vai além e coloca uma pessoa do futuro, que olhará as ruínas de Londres e tentará imaginar quem vivia naquela cidade.
Tanto o poema de Shelley quanto o de Smith são bons, mas foi o de Shelley que se tornou famoso nos países de língua inglesa. Parece que isso se deve ao fato de ele ter conseguido entrelaçar as palavras no soneto de forma peculiar e sonora, algo difícil para nós – que não temos inglês como língua nativa – percebermos.
O Ozymandias de Shelley é pop. Virou inspiração para peças de música erudita e para canções de rock; deu nome a mais de um herói de quadrinhos e personagem de games; foi citado em séries de tevê e em um filme do Monty Python. Foi lembrado várias vezes na imprensa para falar de Saddam Hussein e de outros ditadores que tinham complexo de Ramsés II. Aliás, todos eles têm. Convencem-se de que vão durar para sempre e mandam construir gigantescas estátuas de si mesmos que, um dia, o povo derruba.
Woody Allen e seus personagens dizem sofrer por causa da impermanência de toda obra humana, provocada no filme recente pela visão das ruínas romanas. O ser humano constrói coisas lindas, que chamamos de obras de arte, como o Coliseu, como a estátua de Ozymandias, mas tudo isso é frágil e vai acabar.
A ironia a que me referi lá no começo é que a história de Ozymandias mostra que a única obra humana que permanece é a beleza da arte. O faraó se vai, seu reino desaparece, mas uma estátua sua feita por um escultor cujo nome ignoramos permanece e desencadeia inspirações e experiências em muitas pessoas que vivem séculos mais tarde. É a única forma de perenidade acessível ao ser humano. Se isso é motivo para melancolia, é uma questão pessoal. Certamente é estímulo para sermos mais humildes e gastarmos mais tempo com o que é realmente bacana, como um filme do Woody Allen.


Museu Paranaense completa 136 anos com programação especial

Terceiro museu mais antigo do Brasil guarda a memória do Paraná

Para comemorar os 136 anos de existência do Museu Paranaense, uma programação especial será realizada de 23 a 29 de setembro. Debates, abertura de exposição, visitas guiadas e apresentação musical, com entrada gratuita, marcam o aniversário do terceiro museu mais antigo do Brasil.

No domingo, 23 de setembro, ocorre a abertura da Semana do Museu Paranaense, com apresentação da Big Belas Band, da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), às 11 horas. Nesse dia haverá visitas guiadas, das 12 às 15 horas, com funcionários caracterizados com roupas de época.




Ainda no dia 23 será aberta a exposição “O Mundo do Trabalho”, que apresenta uma reflexão sobre as diferentes formas de afazeres, passando pela divisão social do trabalho, entre intelectual e braçal, feminino e masculino, rural e urbano, e infantil. Além disso, nesse mesmo dia, das 12 às 14h, ocorre a palestra “Um Olhar para o Museu Paranaense”, com professor Cláudio Ogliari e convidados.

Nos dias 25, 26 e 27 de setembro, das 14 às 17 horas, ocorrem três mesas redondas. No dia 25 será abordado o tema “Origem e extinção da megafauna pleistocênica na América do Sul”, com o palestrante Fernando Sedor e a debatedora Cláudia Parellada. No dia 26 o assunto é “Museus contra a violência urbana”, com o palestrante Rhodrigo Deda e o debatedor Guilherme Durães. Já no dia 27 “A função social dos Museus” será discutida pela palestrante Vilma Chiara e pela debatedora Márcia Kersten.

Durante toda a semana serão oferecidas visitas guiadas às exposições, sempre das 11h30 às 13h30. A programação integra a Primavera dos Museus, evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM.

Um pouco de história
No Museu Paranaense estão objetos raros, dentre os 400 mil itens que compõem o acervo. Lá é possível encontrar uma grande quantidade de artefatos indígenas, documentos, telas, objetos, fotos, livros e uma coleção de moedas, cédulas e medalhas doada pelo antigo Banco do Estado do Paraná.

Abriga ainda o acervo adquirido do extinto Museu Coronel David Carneiro, com mais de cinco mil itens, entre peças de mobiliário, obras de arte, livros, documentos, numismática, ferramentas, utensílios, porcelanas, indumentária e armaria, que ajudam a contar a história dos conflitos militares ocorridos no Estado.

Além das exposições rotativas e dos cursos e palestras que realiza, o Museu Paranaense apresenta mostras de longa duração, como o acervo de Vladimir Kozák, naturalista tcheco que viveu em Curitiba entre 1928 e 1979. A exposição é composta por pinturas, desenhos, aquarelas, fotografias, filmes e documentos que retratam os índios do Paraná e do Brasil, e pelos objetos de uso pessoal do artista.

No Pavilhão da História do Paraná, uma linha do tempo com os acontecimentos que vão da pré-história até o início do século 20 mostra a integração dos imigrantes ao nosso Estado.

Serviço
136 anos do Museu Paranaense
Dia 23 de setembro
Apresentação da Big Belas Band, às 11 horas.
Abertura da exposição “O Mundo do Trabalho”
Visitas guiadas com funcionários caracterizados com roupas de época, das 12 às 15h.
Palestra “Um Olhar para o Museu Paranaense”, com professor Cláudio Ogliari e convidados, das 12 às 14h.

Dias 25, 26 e 27 de setembro
Mesa-redonda, das 14 às 17 horas.

Visitas guiadas das 11h30 às 13h30, durante toda a semana.

Durante toda a semana serão oferecidas visitas guiadas às exposições, sempre das 11h30 às 13h30.

Clique aqui para visualizar a programação completa

Museu Paranaense
Rua Kellers, 289 – São Francisco. Curitiba/PR
Terça a sexta-feira das 9h às 18h.
Sábado e domingo das 10h às 16h.
Entrada gratuita.
Mais informações: (41) 3304-3300.
www.museuparanaense.pr.gov.br

Fonte: SEEC