sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

O tempo...


            
Existem indícios que mesmo em eras pré-históricas, as pessoas já se preocupavam em marcar o tempo. Na Europa, há 20.000 anos, caçadores escavavam pequenos orifícios e riscavam traços em pedaços de ossos e madeira, possivelmente contando os dias entre fases da Lua.
Os mais primitivos calendários do velho Continente, de que a História nos proporciona uma informação concreta, são o hebreu e o egípcio.
 Ambos tinham um ano civil de 360 dias: curto para representar o ciclo das estações, mas grande para corresponder ao chamado "ano lunar" , que se define como um período de tempo igual a 12 lunações completas existentes no ano trópico, ainda desconhecido.
 Há 5.000 anos, os Sumérios tinham um Calendário bem parecido com o nosso, com um ano dividido em 12 meses de 30 dias, o dia em 12 períodos e cada um desses períodos em 30 partes. Na Babilônia, há 4.000 anos havia um calendário com um ano de 12 meses lunares que se  alternavam em 29 e 30 dias, num total de 354 dias. 
Os egípcios também dividiam o ano em três estações, de acordo com as suas atividades agrícolas dependentes das cheias do Rio Nilo: a estação das inundações; a estação das sementeiras e a estação das colheitas.
Inicialmente fizeram um calendário baseado nos ciclos lunares, mas depois notaram que quando o Sol se aproximava da "Estrela do Cão" (Sírius), estava próximo do Rio Nilo inundar. Notaram que isso acontecia em ciclos de 365 dias. Com base nesse conhecimento eles fizeram um Calendário com um ano de 365 dias, possivelmente inaugurado em 4.236 a.C. Essa é a primeira data registrada na história. 
Quando Cabral chegou por aqui, encontrou os nossos índios medindo o tempo pelos ciclos lunares.  O Francês Paulmier de Gonneville na sua viagem ao Brasil em 1503-1504 teria levado no seu retorno à França, o filho do chefe dos Carijós, com a promessa de trazê-lo de volta no prazo de 20 Luas (Livro: Vinte Luas; autor: Leyla Perrone-Moisés; editora: Companhia das Letras).
A relação entre o calendário e a Astronomia é direta. Cedo, o homem sentiu necessidade de dividir o tempo para comemorar suas festas religiosas e, principalmente, para saber a época de suas atividades agrícolas e comerciais.
Os primeiros povos tinham dois sistemas básicos para contagem de longos períodos de tempo que eram baseados nos movimentos do sol e da Lua.
O Calendário Hebreu possui uma seqüência de meses baseada nas fases da Lua, mas de tempos em tempos um mês inteiro é intercalado para o Calendário se manter em fase com o ano tropical.
Ignora-se como os hebreus dividiam o ano, mas depreende-se que já utilizavam a semana, visto que seguiam o mesmo princípio para contar os anos, agrupando-os em septanas ou semanas de "sete anos". Pelo contrário, os egípcios dividiam o ano em 12 meses de 30 dias e cada mês em três décadas.
Não satisfeitos com o ano de 360 dias, estes povos procuraram aperfeiçoar o seu calendário, embora seguindo caminhos diferentes. Os hebreus voltaram-se para o sistema luni-solar, ajustando os meses com o movimento sinódico da Lua e coordenando o ano com o ciclo das estações.
Por sua vez, os egípcios abandonaram por completo o sistema lunar para seguir unicamente o ciclo das estações, tal como as observavam no Egito, visto desconhecerem ainda a duração do ano trópico.
O atraso aproximado de 6 horas por ano em relação ao ano trópico motivou que, lentamente, as estações egípcias se fossem atrasando, originando uma rotação destas por todos os meses do ano. Por esse motivo, os egípcios começaram uma cuidadosa observação no ano 2783 a. C., comprovando que em 1323, também a. C., as estações voltavam a coincidir nas mesmas datas do calendário. A este período de 1461 anos egípcios e que corresponde a 1460 anos julianos, deu-se o nome de período zodíaco, de Sothis ou Sirius, em cujo nascimento helíaco se basearam as observações.
Apesar desta comprovação, os egípcios não fizeram qualquer correção no seu ano vago e um segundo período zodíaco seria iniciado em 1323 a. C. Porém, no ano 238 a. C., houve uma tentativa para reformar o calendário egípcio por forma a pô-lo de acordo com o ciclo das estações, mas sem êxito, devido à oposição de determinadas classes sacerdotais. Só no ano 25 a. C. foi adotada a reforma juliana, introduzindo, de 4 em 4 anos, 6 dias adicionais em vez de 5.
Os gregos estabeleceram um ano lunar de 354 dias, que dividiram em 12 meses de 30 e 29 dias, alternadamente. Por conseguinte, tinha menos 11 dias e 6 horas do que a ano trópico, sendo necessário fazer intercalações para estabelecer a devida correspondência.
No primitivo calendário romano, o ano tinha 304 dias distribuídos por 10 meses. Os 4 primeiros tinham nomes próprios dedicados aos deuses da mitologia romana e provinham de tempos mais remotos, em que, provavelmente, se aplicaram às 4 estações; os 6 restantes eram designados por números ordinais, indicativos da ordem que ocupavam no calendário.
No Império Romano, a astrologia acabou introduzindo, no uso popular, a semana de sete dias (septimana, isto é, sete manhãs, de origem babilônica). Os nomes orientais foram substituídos pelos latinos, do Sol, da Lua e de deuses equiparados aos babilônicos.
Por influência romana, os povos germânicos adotaram a semana, substituindo, por sua vez, os nomes das divindades latinas por aqueles das suas, com que mais se assemelhavam, exceção feita de Saturno, cujo nome se limitaram a adaptar.
Com o cristianismo, o nome do dia do Sol passou de Solis dies a Dominica (dia do Senhor, Dominus) e o Saturni dies (dia de Saturno) foi substituído por Sabbatum, dia do descanso (santificado). As línguas romanas, com exceção do português, conservaram as formas derivadas dos antigos nomes latinos, com essas alterações.
O português adotou integralmente a nomenclatura hebdomadária do latim litúrgico cristão, que designou os dias compreendidos entre o domingo e o sábado por sua sucessão ordinal depois do primeiro dia da semana.
No grego moderno prevaleceu prática semelhante. Em várias línguas germânicas, a cristinialização dos respectivos povos acarretou a substituição do dia de Saturno pelo de véspera do domingo (Sonnabend ou Samstag, alemão) ou, ainda, dia do Senhor (Lördag, sueco).
O domingo conservou o nome de dia do Sol. Em algumas línguas germânicas, o antigo dia de Odin tornou-se o de meio da semana (Mittwoch, alemão), que corresponde à quarta-feira.
Os similares germânicos de Marte, Mercúrio, Jove (Júpiter) e Vênus eram, respectivamente, Ziu ou Tiwaz ou Tyr; Wodan ou Odin; Thor ou Donar; Frija ou Frigg ou Freya.
Na atualidade existem aproximadamente 40 Calendários em uso no mundo, que podem ser classificados em três tipos. 
1- Solares: Baseados no movimento da Terra em torno do Sol; os meses não têm conexão com o movimento da Lua. (exemplo: Calendário Cristão) 
2- Lunares: Baseados no movimento da Lua; o ano não tem conexão com o movimento da Terra em torno do Sol. (exemplo: Calendário Islâmico) 
Note que os meses de um Calendário Lunar, como o Islâmico, sistematicamente vão se afastando dos meses de um Calendário Solar, como o nosso. 
3- Lunisolares: Os anos estão relacionados com o movimento da Terra em torno do Sol e os meses com o movimento da Lua e m torno da Terra. (exemplo: Calendário Hebreu).

Maiores informações e referências:


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