quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Luiz Lua Gonzaga

100 anos:


Gonzaga de Pai para Filho: 



A ligação de LUIZ GONZAGA com o Rio Grande do Norte não vai apenas pela sua presença em shows pelo interior e em Natal; além de Cidadão Natalense ele recebeu os títulos de cidadania de várias outras cidades no estado, como: Mossoró, Caraúbas, Pau dos Ferros, Caicó...
O interessante é que pouca gente sabe que “a sua primeira biografia” foi escrita pelo poeta potiguar Zé Praxédi - O Poeta Vaqueiro - em 1952, editado pela Continental Artes Gráficas, de São Paulo - SP, tendo o prefácio do folclorista  Luis da Câmara Cascudo, apresentação de Sábato Magaldi e com o apoio do, então, Vice-Presidente da República, João Café Filho, sob o título de “LUIZ GONZAGA E OUTRAS POESIAS.”
O livro compõe-se de vários poemas, dentre eles, o principal, sob o título LUIZ GONZAGA. Neste, o poeta levou a sua mensagem na escrita do dizer do povo do interior, semi-alfabetizado e/ou analfabeto, na linguagem que se denominou de “poesia matuta”. Muita gente boa coloca estes versos, em publicações diversas, como sendo da autoria do Mestre Lua. Mas não!Os versos são de Zé Praxédi... A verdade é pra ser dita!
Estão lá, nos primeiros versos e na grafia original, num total de 128 estrofes, ora em quadras, ora em sextilhas, na conformidade e gosto do poeta potiguar.
"Meu nome é Luiz Gonzaga,
Não sei se sou, fraco ou forte,
Só sei que graças a Deus,
Té pra nascer tive sorte,
Apôs nasci em Pernambuco
Fanmoso Leão do Norte.

Nas terras de Novo Exu,
Da fasenda Caiçara,
Im novecentos e dôse,
Viu o mundo a minha cara.
Dia de Santa Luzia,
Purisso é qui sô Luiz,
No mêz qui Cristo nasceu,
Purisso qui sô feliz.
A respeito do poeta e sua obra, quando da apresentação de um Recital no Teatro Copacabana, com a presença do próprio Luiz Gonzaga, o crítico Sabato Magaldi escreveu no Diário Carioca: Utilizando forma popular, com temas próprios da vida nordestina, o poeta interessou à platéia pela simplicidade espontânea de seus versos. Será certamente incorporada as curiosidades, para enriquecimento de nosso folclore, a poesia de Zé Praxédi.”
Após este recital, veio o livro... A primeira biografia oficial. Depois, vieram outros, ficando mais conhecido o escrito pelo jornalista cearense SINVAL SÁ, que recebeu o título de O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA; este teve 4 edições só no ano do seu lançamento, 1966, mudando apenas as cores das capas e permanecendo o desenho. Hoje já se encontra a 8ª edição nas livrarias. Para mim um dos mais importantes.
A partir de então, saíram vários livros sobre Luiz Gonzaga do Nascimento, o segundo filho de Januário José dos Santos (Mestre Januário e Ana Batista de Jesus (Santana), os quais listamosos que, particularmente, mais ‘apreceio’: Eu Vou contar pra Vocês - Assis Ângelo - Ed. Ícone, 1990, o primeiro a ser publicado após a grande viagem do Rei; Luiz Gonzaga, o Matuto que Conquistou o Mundo - Gíldson de Oliveira - Ed. Comunicarte, Recife - 4ª edição – 1993, o jornalista potiguar, radicado em Recife, juntou reportagens e entrevistas com Gonzagão, nos últimos meses de vida. Este livro ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo em 1990; A Vida do Viajante - A Saga de Luiz Gonzaga - Dominique Dreyfus. Editora 34, São Paulo, 1996, a francesa fez o que é considerada a biografia mais completa, até o momento, do Rei do Baião; Luiz Gonzaga: A Síntese Poética e Musical do Sertão – Elba Braga Ramalho. Terceira Margem. São Paulo. 2000, a Professora e Doutora da UECE, pegou sua Tese de Doutorado, realizado na Inglaterra e transformou num belo livro.
Câmara Cascudo, em uma Acta Diurna, para o Diário de Natal, escreveu: Acho muita graça quando anunciam Zé Praxédi aos microfones das estações rádio-emissoras que é um folclorista. Não é folclorista. É o próprio Folk Lore.
Isto eu assino, em cima e em baixo, concordando com Magaldi e Cascudo.
(*) Pesquisador, poeta e cordelista. De Nova Floresta – PB, radicado em Mossoró – RN. 
Disponível em:
www.luizluagonzaga.mus.br


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