Em 1986, o então presidente da
Capitol-EMI, Joe Smith (foto), visitou John Hammond no
hospital. O lendário produtor sofrera uma série de derrames e estava com os
dias contados. Smith, pressentindo o fim, perguntou-lhe por que não havia
gravado depoimentos do áureo time de artistas – Billie Holliday, Count Basie, Bob
Dylan, Bruce Springsteen – que havia descoberto, e com que trabalhara ao longo
dos anos. Hammond não soube responder.
A partir de
então, Smith iniciou uma série de entrevistas com os grandes da música do
século 20. Tinha acesso a todos, era benquisto pela maioria. Assim, à frente de
seu gravador sentaram Ray Charles, Paul McCartney, Mick Jagger, George Harrison
e Ella Fitzgerald, entre outros 200 nomes históricos.
Editadas e reduzidas, as fitas chegaram ao mercado em 1988, como
parte de um livro escrito por Smith, mas logo caíram no ostracismo. Agora,
estão sendo oferecidas na íntegra e gratuitamente, pelo site da biblioteca do
congresso dos Estados Unidos: www.loc.gov/rr/record/joesmith/.
Para fãs de
Beatles, o prato é cheio. George Martin, por exemplo, conta a história da
ascensão do grupo pelo seu ângulo de produtor, descrevendo a explosão criativa,
e a lapidação do formato pop que ocorreu entre os primeiros hits e Rubber Soul
(1965). Estão também disponíveis as conversas de Smith com Burt Bacharach, Tony
Bennett, David Bowie, Bo Didley e B.B. King.
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