Mesmo com a grande quantidade de animais domésticos
no Brasil, bois, ovelhas e porcos estão ameaçados de extinção. Essas espécies
vieram com os primeiros colonizadores europeus e, com o tempo, adquiriram
características que lhes permitiram a adaptação ao novo ambiente.
A partir do século XIX, algumas
raças selecionadas foram trazidas, e os “vira-latas” que tínhamos por aqui
acabaram esquecidos. Antes que todos desaparecessem, os pesquisadores da
Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cernagem) resolveram salvar raças
de sete espécies, que incluem búfalos, cavalos, jumentos e cabras. Este ano,
começaram também as pesquisas com galinhas caipiras.
O trabalho é elogiável, mas tem
objetivos comerciais: aproveitar os genes desses animais para aprimorar
características de outros. “Eles passaram por 500 anos de seleção natural. O
cavalo pantaneiro, por exemplo, é o único que aguentava viajar pelo Pantanal
porque tem o casco mais resistente”,
explica Arthur Mariante, coordenador do programa.
Enquanto buscam exemplares desses
animais, os pesquisadores acabam topando com alguns ainda desconhecidos, como o
cavalo baixadeiro, no Maranhão. Mas a tarefa é tão difícil quanto encontrar
agulha em palheiro, porque essas raças da época do início da colonização têm
população pequena e estão espalhadas por todo o país.
Disponível
em: Revista de História da Biblioteca Nacional – Ano 6, no. 63, dezembro de
2010, pg. 12
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