Faltavam
ainda 10% das urnas a serem apuradas quando o presidente da Venezuela, Hugo
Chávez, escreveu em seu perfil do Twitter: “Obrigada meu Deus, obrigada a todas
e todos”.
Ele acabava de ser reeleito para um novo
mandato com 7, 4 milhões de votos (54,42% do total). Henrique Capriles, o maior
adversário com quem se deparou desde sua primeira eleição, obteve 44,97% dos
votos, o que representa 6,1 milhões eleitores.
Antes mesmo do anúncio oficial dos resultados,
milhares de chavistas já comemoravam do lado de fora da sede do governo.
Enquanto esperava o discurso do presidente no famoso Balcón del Pueblo (varanda do povo) no palacio de Miraflores, a
operária Inês Laffont comemorava a vitória do presidente e a continuidade da
“revolução bolivariana”, que, segundo Inês, salvou sua vida e de sua família.
“Ele (Chávez) é o “pai” do meu filho”.
A operária conta que sofreu complicações na gravidez e
que, graças ao atendimento e tratamento gratuito que recebeu em uma clínica
pública criada pelo governo, pode salvar seu filho.”Meu filho hoje tem 12
anos”, disse. Inês diz que no governo Chávez recebeu uma casa, coisa que
segundo ela, “era impossível antes da revolução”. Na sede do governo, globos de
papel em forma de coração foram lançados do alto do edifício cobrindo a
multidão.
Capriles reconheceu a derrota logo
depois. “Esta manhã disse que para saber ganhar é preciso saber perder, para
mim o que o povo diga é sagrado (…) nunca passou pela minha cabeça fazer algo
distinto ao que o povo diga”.
Tibisay Lucena, reitora do Conselho
Nacional Eleitoral (CNE), destacou o comportamento “cívico” e
“democrático” do povo venezuelano. “Concluímos uma página brilhante na história
democrática venezuelana”, disse.
Os resultados revelam que a oposição
cresceu mais que o chavismo nos últimos seis anos. Nas últimas eleições
presidenciais, em 2006, Chávez obteve 62,8% dos votos, 7, 3 milhões de votos.
Seu rival na época, Manuel Rosales ficou com 36,9%, equivalente a 4,29 milhões
de votos.
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