Os recantos dedicados à produção literária podem contar muito
sobre o destino visitado. A história da fundação, aspectos curiosos dos
proprietários e frequentadores, a qualidade do acervo e infinitos outros
detalhes ajudam a construir verdadeiras lendas em torno de alguns
estabelecimentos e fazem desses pontos lugares imperdíveis durante uma viagem a
Paris ou São Francisco.
Reya Vieltman
Beatniks na City Lights
Lawrence Ferlinghetti inaugurou, em 1953, a City Lights em São
Francisco. Também poeta, a ideia era colocar ali apenas obras de boa qualidade
literária, além de jornais e revistas alternativas.
A City Lights é também editora, sobretudo de livros de bolso. Foi
em 1956, quando publicou o poema Howl, de Allen Ginsberg, que seu destino
mudou, tornando-se local de acolhida para toda uma geração de artistas
independentes, principalmente os Beatniks.
O ideal é perder-se pelas estantes que enchem todo o prédio
triangular, reparando nos cartazes antigos, na seleção de livros de bolso ali
editados, nos ainda presentes jornais alternativos, e na coleção, mais que
incrível, de obras da geração Beatnik.
Ponto de encontro de artistas e intelectuais, foi palco de
manifestos e todo tipo de grito por liberdade que marcaram os anos 1960 e 1970.
Até hoje, a agenda de eventos artístico-literários é sempre concorrida.
A livraria ocupa o número 261 da Columbus
Avenue at Broadway, em Norht Beach, a poucas quadras de Embarcadero. Veja no
site citylights.com.
Berço de escritores na Shakespeare & Co
Fundada em Paris, em 1951, pelo visionário americano George
Whitman, foi primeiro batizada de Le Mistral. Depois, mudou o nome em homenagem
à Silvia Beach, proprietária da primeira Shakespeare and Company, que foi
pioneira no incentivo direto às artes e ao apoio a novos escritores.
Com o lema “não seja rude com estranhos,
pois podem ser anjos disfarçados”, a livraria abriu suas portas e serviu de lar
temporário a centenas de escritores que chegavam em Paris sem casa e precisando
de ajuda para trabalhar. Taí a
origem de boa parte das riquíssimas histórias do local.
São muitos cantinhos imperdíveis: as ilustrações de autores
famosos nas escadas; bilhetes e desenhos pregados pelas paredes na área
infantil; salas com cadeiras de cinema e acervos doados por outros amantes dos
livros e até um piano à disposição dos visitantes.
Difícil passar um dia sem um lançamento
ou evento. Grande parte
são de autores americanos e ingleses, ou ao menos realizados em língua inglesa
– bom para o turista que está de passagem. Fica no número 37 da Rue de la
Bûcherie, em pleno Quartier Latin. Veja o siteshakespeareandcompany.com.
Disponível em:
http://www.gazetadopovo.com.br/turismo/conteudo.phtml?tl=1&id=1276564&tit=Livrarias-lendarias-que-sempre-valem-uma-visita-
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