sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ação humana mudou clima antes da era industrial, diz estudo


Um novo estudo mostra que a ação do homem antes da Revolução Industrial e do uso do combustível fóssil já tinha causado mudanças climáticas.
Essas emissões de carbono foram provocadas pelo crescimento populacional, a expansão humana e, como consequência, o desmatamento.
Segundo os pesquisadores, elas seriam 9% das emissões totais globais naquele tempo.
"Quanto mais cedo as emissões ocorrem, menos influência tem no clima atual. Mas parte delas permanecem na atmosfera em uma escala de séculos ou milênios", explicou a pesquisadora Julia Pongratz, do Instituto Max Planck para Meteorologia, que desenvolveu o trabalho em conjunto com Ken Caldeira, do Instituto para Ciência Carnegie em Stanford, Califórnia (EUA).
A conclusão atual questiona o modo como os acordos internacionais são firmados. A quantidade de emissões geralmente considerada pelos países é após 1840, e não antes.
Mas, entre 800 d.C. a 1850, a população quintuplicou para mais de 1 bilhão, o que aumentou, ao mesmo tempo, a necessidade de espaços dedicados à agricultura e o início do avanço sobre florestas.
A partir de documentos históricos, retrocedeu-se ao tempo ao ser criado um mapa virtual do solo da época. Depois, modelos computadorizados foram utilizados para elaborar uma simulação de quanto o clima foi alterado pela ação humana.
De todo o dióxido de carbono (CO2) extra presente na atmosfera --emissões que não existiriam se não fosse de criação humana--, 5% vêm da era pré-industrial, antes de 1850.
Curiosamente, a abordagem histórica das emissões de carbono refletiu também eventos que ocorreram no passado.
Um exemplo ocorreu na Ásia, por volta de 1200. Com o avanço mongol, as emissões de carbono diminuíram porque as florestas puderam se recompor durante as guerras, que interferem na expansão humana. Na peste negra na Europa, em 1300, ocorreu processo semelhante.
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