domingo, 31 de março de 2013

Brasil nunca mais


Livro de autoria de Dom Paulo Evaristo Arns. A obra foi feita em conjunto, tendo como coautores o Pastor presbiteriano Jaime Wright e sua equipe, e foi desenvolvida de forma clandestina, durante o final do período vigente da ditadura militar no Brasil (1979 a 1985).
O livro se trata de um levantamento histórico, resultado de uma vigorosa pesquisa coordenada pela Arquidiocese de São Paulo sobre acontecimentos correntes no período da ditadura militar brasileira. A obra começou a ser produzida no ano de 1979, em absoluto silêncio, pois qualquer manifestação contrária às ideias ditatoriais era condenada.

Levantamento histórico

Um dos grandes trunfos da obra é apresentar documentação e textos produzidos pelos próprios militares, responsáveis pela repressão política e intelectual vigente na época. O livro reúne quase todos os processos que correram pelo Poder Judiciário Nacional no período de 1964 a 1979, com ênfase nos que atingiram a esfera do Superior Tribunal Militar.

 Esse tipo de documentação trouxe um valor inédito nas obras que retratam o que acontecia naquela época, pois tais obras se resumem ao ponto de vista de historiadores ou pessoas envolvidas na luta pelos Direitos Humanos. Ao expor os processos e os textos escritos pelos militares, pode-se ver a realidade do que acontecia na época com muito mais clareza.
Cópias idênticas de 707 processos completos foram obtidas durante a pesquisa, processos estes que chegaram à soma impressionante de um milhão de páginas, todas em duas vias – uma para conservação no país e outra para ser guardada no exterior.
Esse recurso realista do livro também se manifesta no fato de que as denúncias de repressão feitas à órgãos de defesa dos Direitos Humanos não surtem tanto efeito, se comparadas às evidências legais das torturas ocorridas. São exibidos no livro laudos de perícias médicas, registros de sessões judiciárias e de julgamentos nos quais pessoas eram condenadas sem razão e torturadas. Estas evidências denotam caráter processual ao documento, responsabilizando criminalmente as autoridades envolvidas.
Conheça o livro nos endereços abaixo:

Brasil, nunca mais – versão integral
  
Brasil, nunca mais – depoimentos

64 - nunca mais!





Leminski


A constatação feita meio ao acaso de que Toda Poesia, antologia que reúne todos os poemas do autor curitibano Paulo Leminski (1944-1989), está no topo da lista dos mais vendidos da Livraria Cultura, uma das principais cadeias do país, causou rebuliço nas redes sociais. A notícia de que a obra, lançada há pouco mais de um mês, havia desbancado, por exemplo, o best seller internacional Cinquenta Tons de Cinza, primeiro volume da trilogia erótica da escritora britânica E. L. James, mexeu não apenas com os fãs do poeta. Espalhou-se pela internet como uma espécie de manifesto espontâneo em celebração a uma notícia que para muitos soou improvável, mas que, aos poucos, se provou não apenas verdadeira, mas ainda mais impressionante.
Toda Poesia não está apenas no topo do ranking da Cultura, mas também entre os dez títulos de ficção – que inclui obras de prosa e (raríssimas vezes) de poesia – da lista publicada semanalmente pela revista Veja, a partir de levantamento feito junto às principais cadeias de livrarias do país.
Números divulgados à reportagem da Gazeta do Povo pela Companhia das Letras mostram que, em menos de um mês, o livro já teve três reimpressões, somando um total de 15 mil exemplares vendidos, o suficiente para fazer de qualquer livro brasileiro, não importa o gênero, um best seller.
No catálogo da Cia. das Letras, algo semelhante só aconteceu recentemente, no campo da poesia, com O Sentimento do Mundo, terceiro livro de poesias de Carlos Drummond de Andrade, publicado pela primeira vez em 1940, que ultrapassou a marca de 100 mil cópias comercializadas em sua mais recente edição, mas apenas depois de o livro ser incluído nas listas das obras de leitura obrigatória para as provas de literatura dos vestibulares da Fuvest (da USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Com Toda a Poesia, a febre foi espontânea. E digna de discussão.
O poeta, compositor e professor de Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marcelo Sandmann diz que Toda Poesia veio suprir a contento o que ele chama de “grande lacuna editorial”, colocando a obra poética de Leminski, há muito esgotada, novamente em circulação, tornando-a mais acessível a antigos e novos leitores. “É a primeira reunião de toda a poesia do escritor num único volume. E sai pela chancela de uma grande editora, com poder de fogo em termos de divulgação e distribuição. Aciona-se assim novamente o mito Leminski, numa época algo carente de heróis literários. E há boa poesia ali, vale lembrar.”
O jornalista, poeta e tradutor londrinense Rodrigo Garcia Lopes não se diz surpresso com a repercussão de Toda Poesia. “Eu suspeitava que este livro fosse repetir o sucesso de Caprichos & Relaxos”, referindo-se ao volume publicado em 1985 pela Editora Brasiliense, obra que apresentou a poesia de Leminski ao Brasil e se tornou um êxito de vendas.
Quanto à descoberta da obra de Leminski por novos leitores, de diferentes gerações, Garcia Lopes alfineta a produção poética brasileira contemporânea: “O leitor está cansado de poetas que escrevem apenas para seus pares, amparados numa suposta defesa da ‘materialidade da linguagem’ que serve apenas de muleta para uma poesia de dicionário, que não diz coisa nenhuma. Isso num campo literário com muita pose e pouca, quase nenhuma poesia.”
Invenção e clichê
Sandmann lembra que, depois da morte de Leminski, uma certa mística existente em torno da figura do escritor curitibano só fez crescer. “Ele era um escritor de bagagem cultural consistente, tradutor de diferentes línguas, que havia transitado pela literatura de vanguarda, mas adentrado o território mais aberto da poesia de mais fácil comunicação (mas nem sempre), da canção popular, dos mass media. Era um pensador da cultura contemporânea, que se manifestava de maneira polêmica e contundente, causando sempre estardalhaço. E tinha um vínculo forte com a contracultura, com a marginália, o que temperava bem seu lado mais culto, criando a imagem de alguém que fazia a ponte entre dois mundos (o ‘bandido que sabia latim’, para lembrar aqui expressão sua, utilizada como título da biografia, de Toninho Vaz).”
Para a jornalista e também poeta Marília Kubota, um dos maiores trunfos de Leminski foi justamente esse, o de conseguir ligar a linguagem popular à cultura erudita. “Essa mistura bem dosada entre invenção e clichê fascina. Leminski desmonta e recicla ditos e ritmos populares, misturando a teorias e formas eruditas. É o que faz o artista genial, Guimarães Rosa, Poty, Joyce, Kurosawa, Dostoievski: não tem medo de experimentar, de romper com a tradição, ou com os grupos estabelecidos. E os leitores e espectadores de todos os tempos gostam de ousadias e novidades.”
Pop
Embora afirme não ter uma tese que explique o fenômeno em torno de Toda Poesia, a poeta Alice Ruiz, viúva de Leminski e uma das responsáveis pela orgnização da antologia, ao lado da editora Sofia Mariutti, da Companhia das Letras, diz que “a poesia dele é boa mesmo e, desde que ele morreu, seu nome só cresceu entre o público em geral. E, em especial, entre os jovens.”
Essa renovação do público leitor de Leminski, diz Alice, tem a ver com o fato de que sua poesia fala na linguagem dos jovens, “mas propondo um olhar mais aprofundado sobre tudo, em especial o compromisso com a palavra poética e o estudo que ela exige. Pop, mas culto. Culto, mas pop.”
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Sobre o tempo


terça-feira, 26 de março de 2013

Nazismo


  1. Entre 1918 e 1938, o mundo viveu um período chamado “entreguerras”: vinte anos que separaram as duas grandes guerras mundiais. Com o fim da Primeira Guerra, em 1918, a Alemanha, derrotada, encontrava-se em uma profunda crise. Para sair da guerra e manter o que restou de seu exército, assinou um acordo de paz chamado “Tratado de Versalhes”. Esse tratado, além de responsabilizar a Alemanha pela Primeira Guerra, proibia o país de fabricar armas, tanques e aviões; obrigava a devolução de territórios conquistados e a redução do exército alemão, além de exigir o pagamento de uma indenização aos países vitoriosos, pelos danos de guerra. Essas imposições criaram na Alemanha um clima de revanchismo, revolta, por parte da população que estava se sentindo humilhada. No final da guerra, o regime monárquico do Kaiser (imperador) caiu, dando início à “República de Weimar”.
  2. Em 1917, a Rússia, comandada pelo socialista Lênin, derrubou o governo do Czar Nicolau II e instaurou uma nova forma de governo democrático: o comunismo. Os países que baseavam suas economias no capitalismo e na exploração do trabalhador se viram ameaçados. Uma onda de movimentos antidemocráticos surgiu no cenário mundial, com o intuito de conter o crescimento do comunismo. Na Itália predominava o fascismo; em Portugal, o salazarismo; na Espanha, o franquismo; e na Alemanha, o nazismo. A palavra nazismo vem de Nazi, que é a abreviação de Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, que de socialista não tinha nada. Seu líder chamava-se Adolf Hitler e o partido adotou como símbolo a “suástica”, uma cruz encontrada em diversas tribos.
  3. Hitler nasceu em 20 de abril de 1889. Em 1923, Hitler, indignado com as péssimas condições que os alemães enfrentavam, oriundas da derrota na guerra, tentou um golpe de Estado em uma cervejaria, na Alemanha. Sem sucesso, foi preso. Na prisão, escreveu um livro que se tornaria a cartilha para o nazismo: “Mein Kampf” (Minha luta). Nesse livro, Hitler defendia a hegemonia da raça ariana, alegando que a Alemanha só se reergueria quando os povos se unissem “num só povo, num só império, num só líder”. Outras etnias, como judeus e negros, deveriam ser executadas. Hitler não gostava de judeus, pois afirmava que a Primeira Guerra só fora desastrosa por conta da traição dos judeus marxistas. Além do ódio contra outras etnias, Hitler também defendia o extermínio de testemunhas de Jeová e homossexuais. E comunistas, é claro. Para executar suas ordens, foram criadas as Seções de Assalto (S.A), as Seções de Segurança (S.S.) e a Gestapo (polícia secreta).
  4. Os alemães viam em Hitler uma salvação para a crise que o país enfrentava. Rapidamente o partido cresceu. Agricultores, jovens, soldados, em todas as classes, tornaram-se adeptos do novo partido. Com a crescente do partido, o presidente alemão Hindenburg, amedrontado, ofereceu o cargo de chanceler a Hitler, que instaurou uma política de repreensão contra seus opositores: os líderes comunistas foram presos em campos de concentração e, posteriormente, executados. Em agosto de 1934, o presidente Hindenburg morreu e Hitler assumiu o cargo máximo, sem abrir mão do seu cargo antigo. Criou o Terceiro Reich (império) e se proclamou Führer (líder, em alemão). Sua primeira medida como ditador foi a execução de milhares de judeus, comunistas, homossexuais, negros e outros nos campos de concentração. Esse episódio ficou conhecido como “Holocausto”.
  5. Uma figura fundamental na difusão do nazismo foi Joseph Goebbels. Hábil orador, cineasta e agitador, Goebbels foi nomeado ministro da propaganda nazista. Além de censurar os veículos de imprensa, Goebbels fazia filmes que alienavam a população, com promessas de um mundo melhor, com a supremacia ariana. Controlava o rádio, a televisão e os jornais, divulgando seus filmes e discursos panfletários em prol do nazismo.
  6. Em 1939, teve início a Segunda Grande Guerra. Hitler, colérico, enviou toda a tropa alemã. Depois de inúmeras derrotas, o exército alemão tentou a última cartada: em junho de 1941 invadiu a União Soviética. Apesar das vitórias iniciais, Hitler não contava com o rigoroso inverno e suas tropas foram surpreendidas, ficando cercadas por tropas russas. Sem comida, sem água e enfrentando um frio congelante, o exército alemão foi derrotado. Hitler, cercado pelo exército vermelho, em seu bunker (esconderijo militar), suicidou-se com um tiro na cabeça.

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Dois mundos







Absolutismo


Olga


Para uso de pessoas brancas


segunda-feira, 25 de março de 2013

Guernica

Guernica é um painel pintado por Pablo Picasso em 1937 por ocasião da Exposição Internacional de Paris. Foi exposto no pavilhão da República Espanhola. Medindo 350 por 782 cm, esta tela pintada a óleo é normalmente tratada como representativa do bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco. Atualmente está no Centro Nacional de Arte Rainha Sofia em Madrid 

A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da pequena cidade espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã (Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de Francisco Franco. 

Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação monocromática do fato. 

Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo. 

Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os que vissem, o que ele estava sentindo, um vazio por dentro de si, um conflito, uma guerra consigo mesmo buscando resposta para sua vida amorosa , e toda vez que ele via o quadro, pensava consigo mesmo, será que o meu problema é maior que essa guerra, ou tem mais importância para os outros, e naquele momento ele conseguia esquecer. O que para nós demonstra uma grande preocupação por parte do autor do mesmo.

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Guernica em 3D:


Antes da Invenção da Escrita


sábado, 23 de março de 2013

Museu de Artes e Ofícios

O Museu de Artes e Ofícios – MAO é um espaço cultural que abriga e difunde um acervo representativo do universo do trabalho, das artes e dos ofícios do Brasil. Um lugar de encontro do trabalhador consigo mesmo, com sua história e com o seu tempo. Iniciativa do Instituto Cultural Flávio Gutierrez – ICFG, o MAO preserva objetos, instrumentos e utensílios de trabalho do período pré-industrial brasileiro.

O MAO está instalado na Estação Central de Belo Horizonte, por onde transitam milhares de pessoas diariamente. É, assim, um espaço coerente com a natureza da coleção , bem próximo do trabalhador. As mais de duas mil peças foram doadas ao patrimônio público pela colecionadora e empreendedora cultural Angela Gutierrez. Para abrigar o Museu foram restaurados dois prédios antigos, de rara beleza arquitetônica, tombados pelo patrimônio público. A sua implantação incluiu ainda a recuperação pela Prefeitura de Belo Horizonte, da Praça da Estação, marco inaugural da cidade.

ACERVO
A coleção que deu origem ao Museu. Com peças originais dos séculos XVIII ao XX, foi iniciada há cerca de cinquenta anos. Nela estão representados os mais variados ofícios do homem brasileiro. São ferramentas, utensílios, máquinas e equipamentos diversos que, individualmente ou em conjunto, conduzem cada visitante a uma identificação com o universo de trabalho ali referenciado. A observação do acervo também revela que, mesmo quando desenvolve uma peça voltada para suprir uma necessidade de trabalho, o homem usa sua capacidade criativa e se expressa com arte e sensibilidade. 

Vamos visitar?

Simone de Beauvoir


Nova espécie de dinossauro leva nome de menina que achou fóssil


Uma menina de nove anos de idade, moradora da Ilha de Wight, acabou dando nome a um dinossauro antes desconhecido, depois de encontrar um fóssil. 

Daisy Morris tropeçou em restos fossilizados na praia de Atherfield há quatro anos. Um artigo científico informou que a espécie recém-descoberta de pterossauro seria chamada Vectidraco daisymorrisae. 

O especialista em fósseis Martin Simpson disse que este era um exemplo de como "grandes descobertas podem ser feitas por amadores". 

A família Morris procurou Simpson, especialista da Universidade de Southampton, após a descoberta feita pro Daisy em 2009. 

"Eu sabia que estava diante de algo muito especial. E estava certo", disse Simpson. 

O fóssil revelou-se como uma espécie até então desconhecida de pterossauro pequeno, um réptil voador de 115 milhões de anos, do período Cretáceo Inferior. 

A nova espécie e o nome foram confirmados em um artigo científico publicado na segunda-feira. 

Simpson disse que a erosão no litoral da ilha teria feito com que o fóssil tivesse sido "lavado pelo mar e destruído, se não tivesse sido encontrado por Daisy". 

O pterossauro já foi doado para o Museu de História Natural, que recentemente nomeou a Ilha de Wight como a "capital dos dinossauros da Grã-Bretanha". 

A confirmação do Vectidraco daisymorrisae vem uma semana após a descoberta na ilha de um esqueleto quase completo de um dinossauro de 12 metros de comprimento.

Disponível em:
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130320_menina_dino_rp.shtml

Estudo conclui que fim dos dinossauros 'foi causado por cometa'



A rocha espacial que atingiu a Terra há 65 milhões de anos e é tida como causadora da extinção dos dinossauros foi provavelmente um cometa, concluiu um estudo divulgado por cientistas americanos. 

Segundo a pesquisa, a cratera Chicxulub, no México - que tem 180 km de diâmetro - foi criada por um objeto menor do que o que se imaginava anteriormente. 

Muitos cientistas consideram que um asteroide grande e relativamente lento teria sido o responsável. 

Os detalhes do estudo, feito por uma equipe do Darthmouth College, universidade no Estado americano de New Hampshire (nordeste do país), foram divulgados na 44ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária, realizada no Estado do Texas, no sul dos Estados Unidos. 

"O objetivo maior do nosso projeto é caracterizar melhor o que causou o impacto que produziu a cratera na península de Yucatán (no México)", disse Jason Moore, do Dartmouth College, à BBC News. 

No entanto, outros pesquisadores ainda são cautelosos a respeito dos resultados da pesquisa. 

Química extraterrestre 

A colisão da rocha espacial com a Terra criou em todo o planeta uma camada de sedimentos com o elemento químico irídio em concentrações muito mais altas do que o que ocorre naturalmente. 

No entanto, a equipe de pesquisadores sugere que os índices de irídio citados atualmente estão incorretos. Usando uma comparação com outro elemento extraterrestre depositado no impacto - o ósmio - eles conseguiram deduzir que a colisão depositou menos resíduos do que o que se acreditava. 

Os valores recalculados de irídio sugerem que um corpo celeste menor atingiu a Terra. Na segunda parte do trabalho, os pesquisadores tentaram relacionar o novo valor com as propriedades físicas conhecidas da cratera de Chicxulub. 

Para que essa rocha espacial menor tenha produzido uma cratera de 180 km de largura, ela deve ter viajado relativamente rápido. 

A equipe calculou que um cometa de longo período se ajustava à descrição muito melhor do que outros possíveis candidatos. 

"Seria preciso um asteroide de cerca de 5 km de diâmetro para trazer tanto irídio e ósmio. Mas um asteroide desse tamanho não produziria uma cratera de 200 km de diâmetro", disse Moore. 

"Como conseguimos algo que tenha energia suficiente para gerar uma cratera daquele tamanho, mas tenha muito menos material rochoso? Isso nos leva aos cometas." 

Cometas de longo período são corpos celestes de poeira, rocha e gelo que têm órbitas excêntricas ao redor do Sol. Eles podem levar centenas, milhares e em alguns casos até milhões de anos para completar uma órbita. 

O evento que causou a extinção há 65 milhões de anos é associado, hoje em dia, à cratera no México. O acontecimento teria matado cerca de 70% das espécies na Terra em um curto período de tempo, especialmente os dinossauros. 

A enorme colisão teria gerado incêndios, terremotos e imensos tsunamis. O gás e a poeira lançados na atmosfera teriam contribuído para a queda das temperaturas globais por muitos anos.

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Marilena Chauí


Woman


Primeiro álbum dos Beatles, 'Please Please Me' foi lançado há 50 anos e consolidou o rock



Quem acredita que o rock and roll ajudou a formar sua personalidade ou influiu em seu comportamento, não importa a idade, precisa comemorar nesta sexta-feira.
No dia 22 de março de 1963, chegava às lojas de discos da Inglaterra "Please Please Me", o primeiro álbum dos Beatles. Para muitos, o mais importante da história.
É notório que o auge da banda foi com "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967), álbum que encabeça quase todas as listas de melhores discos do rock.
"Please Please Me" soa hoje ingênuo, coleção de canções sobre encontros e desencontros de namorados, longe da sofisticação musical de "Sgt. Pepper's". Mas a estreia dos Beatles em LP garantiu a sobrevivência do rock.
Depois que o gênero foi criado na década anterior por Elvis Presley, Bill Haley, Carl Perkins, Little Richard e outros pioneiros, uma enxurrada de novos "ritmos jovens" inundou o mercado fonográfico anglo-americano.
O rock correu o risco de definhar entre modas musicais como o twist e o calipso.
O sucesso de massa dos Beatles cruzou o Atlântico para disseminar entre os garotos a vontade de formar uma banda, numa dimensão que consolidou o rock até hoje.
Para um álbum que gerou tanto barulho e ainda está à venda 50 anos depois, até que "Please Please Me" foi gravado sem grande investimento.

BEATLEMANIA
Depois do lançamento do primeiro single da banda, "Love Me Do", em outubro do ano anterior, os Beatles começaram a excursionar sem parar pelo Reino Unido.
Era o início do fenômeno que o mundo chamaria nos anos seguintes de "Beatlemania" --no Brasil virou "iê-iê-iê", pelo som do refrão "yeah, yeah, yeah" em "She Loves You", que os Beatles lançariam em agosto de 1963.
Tanto sucesso nos shows fez o produtor George Martin idealizar a gravação do álbum como uma simples repetição das canções para prensar em vinil. Assim, alugou por duas sessões de três horas o estúdio da gravadora EMI, que depois ficaria famoso pelo nome de seu endereço, Abbey Road.
A ideia era gravar mais algumas faixas para juntar com as quatro lançadas em dois singles: "Love Me Do"/"P.S. I Love You" (outubro de 1962) e "Please Please Me"/"Ask Me Why" (janeiro de 1963).
Às 10h, Martin e os quatro Beatles começaram a gravar. As duas sessões agendadas não foram suficientes. O produtor conseguiu mais uma, no mesmo dia. O tempo total no estúdio foi de 9 horas e 45 minutos, para dez faixas.
Um dos maiores hits do disco --e do grupo-- também é o que tem a história mais curiosa. "Twist and Shout" exigia muito de John Lennon, com vocal forte, aos berros. E ele estava muito gripado no dia das gravações.
Martin resolveu deixá-la para ser gravada por último. E a voz de John resistiu a apenas uma tentativa, que é o vocal eternizado no vinil.

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Museu Nacional do Mar


O Museu Nacional do Mar – Embarcações Brasileiras foi criado em 1991 com o objetivo de valorizar a riqueza e diversidade do patrimônio naval brasileiro. 

O Brasil é o país que possui a maior variedade de barcos tradicionais do mundo. Seus 9.198 mil quilômetros de litoral e a intrincada rede de rios navegáveis, combinados com a diversidade e o sincretismo cultural, possibiitaram o surgimento de modelos singulares de embarcações, adaptadas às condições climáticas regionais, aos diversos tipos de pesca e outras atividades. Com o intuito de valorizar e difundir a arte e o conhecimento dos homens que vivem no mar, o museu reúne exemplares de embarcações originais de todo o país. 

Implantado no centro histórico de São Francisco do Sul, patrimônio nacional brasileiro tombado pelo IPHAN, o Museu foi montado nos antigos galpões da empresa de navegação Hoepcke que foram restaurados e adaptados para receber o acervo. 

O Museu Nacional do Mar abriga auditório, loja de artesanato (que é um ponto de cultura do Ministério da Cultura), cafeteria, restaurante, estaleiro e a biblioteca “Kelvin Duarte” especializada na temática naval, com mais de 2,5 mil livros, entre eles muitas obras raras. 

Entre e conheça:

segunda-feira, 18 de março de 2013

Revolta da Vacina


Área pode voltar a ser comunidade quilombola


“Aquela terra é um quilombo”. A frase sai com força da boca de Maria de Jesus Marcondes dos Santos, que completa 86 anos no próximo dia 13 de maio – 125.º aniversário da assinatura da Lei Áurea. Moradora da cidade de Castro (Campos Gerais), ela lembra com saudade dos tempos em que vivia entre as árvores frondosas da Comunidade Remanescente Quilombola (CRQ) Serra do Apon, distante cerca de 70 quilômetros de Castro.
Depois que pessoas de fora do antigo quilombo começaram a ocupar parte do território sem pedir licença, ela teve que deixar a terra que pertenceu aos seus avós devido à situação de miséria em que vivia. Há cerca de 40 anos morando numa casinha simples da Vila Rio Branco, é com “vontade de voltar” que ela recebe a notícia de que deve se realizar, na primeira quinzena de abril deste ano: uma reunião para discutir a devolução das terras do Apon (ou Apã) para a comunidade fundada por volta de 1865.
A audiência pública, ainda sem local definido, tem por objetivo mostrar o andamento do processo de reconhecimento do local como antigo quilombo. “Já temos a certificação da Fundação Cultural Palmares [órgão vinculado ao Ministério da Cultura] e também já está aprovado o relatório antropológico, que atesta a origem quilombola da Serra do Apon”, explica Roni Cardoso, representante – em Castro – da Federação das Comunidades Quilombolas do Paraná.
Só que esse relatório é apenas o primeiro documento de uma série de outros – como o laudo agroeconômico, laudo topográfico – que compõem o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID), elaborado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), explica Cardoso. “Todo o processo de reconhecimento ainda vai levar mais de três anos, pelo menos, e pode ser contestado pelos moradores confrontantes do quilombo. Queremos deixar tudo claro na audiência”, salienta.
Uma vez concluído o processo, os moradores do Apon poderão ter um título coletivo de propriedade, pertencente à associação que será formada pelos moradores. Para muitos dos descendentes de africanos escravizados em fazendas do entorno, será o primeiro documento que comprova vínculo com o pedaço de terra que ocupam há tanto tempo. A falta do documento de propriedade tem causado uma situação de pobreza preponderante entre as mais de 50 famílias da localidade. “Como o local é de difícil acesso, com estradas em condições muito ruins, a situação de isolamento continua até hoje. Ao longo dos anos, sem poder comprovar a propriedade das terras, os quilombolas viram seus pedacinhos de chão serem espremidos pelas grandes fazendas”, afirma o perito agrário do Incra, Cláudio Luiz Guimarães, que está trabalhando no processo de reconhecimento da Serra do Apon.
Produtores não conseguem financiamento
Uma grande dificuldade enfrentada pelos quilombolas, segundo o perito agrário do Incra Cláudio Luiz Guimarães, é a dificuldade de acesso a mecanismos de apoio a pequenos produtores, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Para conseguir esse tipo de financiamento, o agricultor precisa comprovar algum vínculo com a terra (posse ou arrendamento, por exemplo). No entanto, segundo Roni Cardoso, representante da Federação das Comunidades Quilombolas do Paraná, em Castro, uma pequena minoria dos produtores conseguiu algum benefício do Pronaf. “A maioria produz apenas para sua subsistência”, ressalta.
É o caso de Aníbal Machado de Araújo. Aos 90 anos, ele planta “um pouquinho de milho, feijão e mandioca” no seu pedaço de chão de menos de um hectare. Aníbal não tem ancestrais ligados à história do Apon, mas é casado com a descendente de quilombolas Maria de Lourdes Rodrigues da Silva, de 45 anos. Ela nasceu na comunidade e lamenta a situação de abandono do local. “Estamos longe de tudo e nunca tivemos apoio financeiro de governo. Nossa única renda é a aposentadoria de um salário mínimo do Aníbal. Mesmo assim, a gente consegue não passar fome”, assinala. A família já está acostumada a produzir apenas para o próprio sustento.
“E essa é a realidade das outras famílias também. Eles não têm muita terra e precisam aproveitar bem o pouco que possuem”, afirma Arnaldo Panzarini, técnico responsável pelos atendimentos a comunidades quilombolas da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-PR) de Ponta Grossa.
“Nosso trabalho consiste em visitas semanais às comunidades quilombolas da região dos Campos Gerais – inclusive o Apon – e em conseguir mudas de plantas com as quais eles já estão acostumados, como milho, feijão, mandioca e algumas árvores frutíferas, além de ensinar formas de manejo que garantam uma produtividade melhor”, completa.
A entidade já estuda montar equipes completas voltadas exclusivamente para o trabalho em comunidades tradicionais, como quilombos, faxinais, vilas de pescadores, entre outras. Segundo o técnico de desenvolvimento social da Emater-PR em Curitiba, Sérgio Schlichta, a empresa deverá começar no mês de julho deste ano um processo de contratação de pessoal para essas novas equipes, que contarão, inclusive, com profissionais da área de antropologia.
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Coisa Importante...


domingo, 17 de março de 2013

Brasil tem alto desempenho no desenvolvimento humano e é modelo para o mundo, diz ONU


O Brasil está entre os 15 países que mais conseguiram reduzir o déficit no IDH entre 1990 e 2012, uma trajetória que o coloca no grupo de “alto desempenho” em desenvolvimento humano. As conclusões são do Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 – Ascensão do Sul: progresso humano num mundo diversificado, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 

     Nesse período, o país registrou um crescimento de 24% no IDH, o mais alto entre os vizinhos latino-americanos. A classificação de “alto desempenho” foi dada aos países que: tiveram desenvolvimento humano significativo pois, além de experimentar aumento do rendimento nacional, registram valores superiores à média nos indicadores de saúde e educação; reduziram o hiato necessário para alcançar o teto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – igual a 1 –; e tiveram desempenho melhor em relação a seus pares – países que se encontravam em patamares semelhantes em 1990. 

     O Relatório de Desenvolvimento Humano é uma publicação editorialmente independente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde. 

     Ele foi introduzido no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano em 1990 como uma medida composta sintética de desenvolvimento que desafiava as avaliações puramente econômicas do progresso nacional. O IDH no RDH 2013 abrange 187 países e territórios 

  O IDH do Brasil para 2012 é de 0,730, mantendo o país no grupo dos países de Desenvolvimento Humano Alto. Sua posição em relação aos 187 países e territórios classificados é a 85ª, mesma posição que em 2011. Continua bem à frente de outros emergentes como China (101ª), África do Sul (121ª) e e Índia (136ª). 

   O Relatório aponta que o país cresceu expressivamente no IDH, num ritmo mais rápido e com mais qualidade do que muitos dos vizinhos latinoamericanos, por equilibrar crescimento nas três dimensões do desenvolvimento humano. 

    Jorge Chediek , representante do Pnud no Brasil, considera o Brasil um país protagonista, segundo ele “alguns países adotaram modelos de desenvolvimento com maior destaque para a participação do Estado e políticas de transferência de renda que tiveram um resultado histórico”. 

  Brasil, China e Índia estão remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano. Diante do peso crescente que estes países exercem na economia mundial, seja pelo comércio, pelo acúmulo de reservas internacionais, pela aposta na cooperação Sul-Sul ou pelas medidas inteligentes de combate a conjunturas adversas, o Relatório afirma que é necessário que se promova um debate sobre o remodelamento da geopolítica global. 

  “Pela primeira vez em 150 anos, o produto combinado das três principais economias do mundo em desenvolvimento – o Brasil, a China e a Índia – é aproximadamente igual ao PIB combinado das antigas potências industriais do Norte: Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos”, diz o Relatório. 

  Até 2050, prevê-se que Brasil, China e Índia, em conjunto, sejam responsáveis por 40% do produto mundial. “A ascensão do Sul tem decorrido a uma velocidade e escala sem precedentes.” 

   O Brasil aparece 137 vezes nos textos, gráficos e tabelas do relatório – um recorde desde a primeira avaliação do PNUD feita em 1990. Uma das razões desse destaque é o próprio enfoque o trabalho, centrado no crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas conseqüências sociais do fenômeno. O título do relatório é a Ascenção do Sul – progresso humano em um mundo diverso. 

   A redução da pobreza no Brasil também é ressaltada no relatório do PNUD, por meio de ações de transferência de renda, geração de renda na área rural e acesso ao mercado de trabalho. “Esses programas revolucionaram a esfera administrativa e o empoderamento feminino, desenvolvendo canais de distribuição inovadores, como a bacarização com cartões magnétivos. O resultado tem sido a queda substancial da pobreza e extrema pobreza e a redução da desigualdade, diz o estudo. 

  Apesar do Brasil ser destaque no relatório, contesta alguns aspectos. Em entrevista coletiva, os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello e Aloizio Mercadante, da Educação, apontaram que os dados utilizados no cálculo do IDH estão defasados para o Brasil e diferenciados entre os países. Em educação, as informações são de 2005 e oriundas de fontes não reconhecidas pelas agências de estatística nacionais. 

  Além disso, segundo o governo federal, o PNUD não leva em conta a legislação brasileira, que estabelece como obrigatório o ensino para crianças a partir de 5 anos e o ciclo de ensino fundamental de nove anos. A atualização desse indicador permitiria que o país subisse 20 posições no ranking do IDH. 

 Para uma maior compreensão você poderá ler o Relatório Completo neste link: http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh-2013.pdf e para assistir a entrevista coletiva: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=BR549YaHx9c

Referências:

Rosa Luxemburgo


Livros de Graça


Túmulos contam histórias de SP por meio de esculturas e desenhos


Um palco cinza com uma cortina verde de concreto chama a atenção em meio aos tradicionais crucifixos e mensagens religiosas espalhadas pelos túmulos do cemitério São Paulo, em Pinheiros, zona oeste. Desde meados dos anos 1950, descansam ali, no Mausoléu do Ator, 26 personalidades do meio artístico, entre comediantes, circenses e radialistas que atuaram na capital no início do século 20.
O mausoléu é apenas um entre centenas de túmulos curiosos --seja pelos detalhes incomuns que os ornamentam ou pelas suntuosas esculturas de artistas renomados que os enfeitam--, presentes nos 41 cemitérios públicos e privados da capital. Nos locais, personalidades das histórias paulistana e nacional dividem a atenção com desconhecidos que, às vezes, têm túmulos até mais interessantes que os vizinhos.
A poucos metros de onde estão enterrados os artistas, também no cemitério São Paulo, fica o Mausoléu dos Esportistas Veteranos, onde está o corpo do jogador Arthur Friedenreich, uma das primeiras estrelas do futebol paulista. O túmulo é uma celebração ao esporte e tem, além de desenhos de esportistas, uma escultura de um atleta com os músculos torneados segurando uma espécie de tocha olímpica.
A cerca de cinco quilômetros dali, o cemitério da Consolação funciona como um museu a céu aberto, com mais de 300 obras de escultores famosos como Victor Brecheret e Bruno Giorgi.
"As pessoas costumam associar cemitério com morte, mas, se formos observar esses locais pelo lado da cultura, podemos aprender muito sobre a história da cidade", diz o jornalista Douglas Nascimento, editor do site São Paulo Antiga (www.saopauloantiga.com.br ), que investiga casos curiosos da capital.
Foi com esse intuito que o Serviço Funerário do município decidiu organizar visitas monitoradas ao local, onde estão enterrados nomes como Monteiro Lobato e Mário de Andrade. É ali também que está o mausoléu da família Matarazzo, que, com uma série de esculturas, é considerado um dos maiores da América Latina.
O geógrafo e historiador Eduardo Rezende acredita, porém, que ainda falta um programa mais amplo de monitoria que englobe outros cemitérios. "O paulistano deveria fazer mais esse tipo de visita para conhecer a história da cidade", diz Rezende, que pesquisa o assunto há dez anos e já lançou oito livros sobre o tema. "Tem gente que já visitou o Père-Lachaise, em Paris, mas nunca foi até o cemitério do Araçá."
No cemitério da Quarta Parada, na zona leste, um monumento com colunas de estilo romano e uma escultura de leão deitado não chama atenção só pela imponência mas também por sua história. Ali está enterrada uma domadora que morreu em serviço. Seu nome e a data de morte são uma incógnita, já que a placa foi furtada.
Outro túmulo que atrai um grande número de visitantes é o do morador de rua Antonio Bento, mais conhecido como o santo popular Bento do Portão, no cemitério de Santo Amaro, zona sul. Conhecido por realizar milagres, ele tem sua sepultura coberta de placas de agradecimento.
"Hoje em dia quase não temos mais túmulos assim porque, além de custar muito caro, não há mais artistas especializados nesse tipo de escultura", afirma Nascimento, do São Paulo Antiga.
Não são só os enfeites dos túmulos que têm preços altos --as concessões dos terrenos também não são nada baratas. O valor do metro quadrado nos cemitérios Consolação, São Paulo, Araçá e Quarta Parada, que são os públicos mais caros, é R$ 3.662,22, segundo o Serviço Funerário. Assim, um túmulo de cerca de 5 m2 sai por quase R$ 20 mil. O valor pago, no entanto, não garante a manutenção, do espaço, cuja responsabilidade é da família.

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Governo dá anistia a estudante morto na ditadura



O estudante de geologia da USP Alexandre Vannucchi Leme, morto em 1973 durante a ditadura militar, foi homenageado nesta sexta-feira (15) durante o ato no Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP). A Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, fez um julgamento simbólico que declarou o estudante um anistiado político. O ato simbólico é o reconhecimento do Estado de que Vannucchi foi perseguido e morto durante a ditadura.
O presidente da Comissão da Anistia e secretário Nacional da Justiça, Paulo Abrão, fez um pedido formal de desculpas à família pela responsabilidade do Estado na morte do estudante. "É uma luta contra o esquecimento. É o reconhecimento de que o Estado foi responsável pelo assassinato de meu irmão. Toda a sociedade pede o pedido de desculpas", diz Maria Cristina Vannuchi, irmã do estudante.
Vannucchi foi morto, aos 22 anos, em 17 de março nas dependências do DOI-Codi, após ser preso por agentes do órgão de repressão do governo militar.
O regime militar informou inicialmente que Vannucchi havia cometido suicídio. Posteriormente, porém, mudou a causa da morte para atropelamento ao tentar fugir.
Mas segundo depoimento de nove presos políticos, Alexandre foi torturado e morreu em decorrência das torturas sofridas.
A família vai pedir na Justiça a retificação do atestado de óbito para que conste como causa da morte tortura e DOI-Codi como local.

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As bruxas



Invasões e Golpes dos EUA pelo mundo


sábado, 16 de março de 2013

Justiça seja feita, Vlado!

Depois de quase 38 anos de espera e indignação, a família de Vladimir Herzog recebeu nessa sexta-feira a nova certidão de óbito do jornalista, que morreu em 25 de outubro de 1975. 

O documento traz como causa da morte "lesões e maus-tratos sofridos durante o interrogatório nas dependências do segundo Exército DOI-Codi". No atestado anterior, a versão para o óbito era de "enforcamento por asfixia mecânica". 

A determinação para um novo atestado de óbito foi do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), em setembro do ano passado. O juiz Márcio Martins Bonilha Filho, da 2ª Vara de Registros Públicos do TJ-SP, atendeu a um expediente de iniciativa da Comissão Nacional da Verdade, criada para esclarecer as violações de direitos humanos no período da ditadura militar. 

De acordo com Ivo Herzog, filho da vítima, o atestado tem dupla importância. “Isso significa enterrar um documento mentiroso que humilhava a família tendo que aceitar uma farsa para a morte do meu pai e por abrir precedentes para outras famílias fazerem o mesmo”, justificou.
Segundo Ivo, a luta não termina com a emissão do documento. “A nossa luta continua porque a gente quer ainda que sejam investigadas quais as circunstâncias da morte do meu pai”, afirmou ele. 

Para a ministra Maria do Rosário, que participou da cerimônia, a democracia é um processo constante e nunca está concluído. “Ela vai avançando quando o governo representando o Estado assume uma visão democrática e diz publicamente que renuncia toda a forma de violência e terrorismo de Estado como ocorreu no período da ditadura”, disse. 

Vladimir Herzog, nascido na Croácia, era diretor da TV Cultura de São Paulo quando foi convocado a prestar esclarecimentos sobre sua ligação com o Partido Comunista Brasileiro ao Departamento de Operações de Informações e Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), do II Exército, em São Paulo. O jornalista compareceu ao local e foi torturado até a morte. 

À época, o Exército alegou que Herzog se enforcou com um cinto do uniforme de presidiário. Uma foto foi montada para apoiar a versão. 

Para o seu biógrafo, o mínimo que se poderia dizer do amigo Vlado é de sua integridade e honestidade profissional, traduzindo o rigor com que encarava o trabalho de jornalista: informar e discutir a sua época. Nisso ele era intransigente". 

O rigor e o zelo profissional que exigia dos outros, Vlado tinha também no seu próprio trabalho: em 1971, quando o ministro da Educação, Jarbas Passarinho, ironizava dizendo que "antes, qualquer prefeito se satisfazia com um chafariz novo na praça; agora, todos querem uma TV-educativa", Vlado fez uma matéria de capa para a revista Visão - o estudo jornalístico mais completo que se fez até hoje sobre o problema no Brasil. Levou quatro meses esmiuçando livros, acompanhando experiências em vários Estados, assistindo TV toda noite, fazendo entrevistas e, finalmente, escrevendo a matéria. 

Clarice Herzog, viúva da vítima, o novo atestado é motivo de felicidade. “Fiquei muito feliz. Não é uma conquista só da família, mas da sociedade. Várias famílias agora vão ter esse direito, também como nós tivemos. A grande conquista foi de anos atrás quando houve a sentença do juiz”, declarou. 

Referências: