O Brasil está entre os 15 países que mais conseguiram reduzir o déficit no IDH entre 1990 e 2012, uma trajetória que o coloca no grupo de “alto desempenho” em desenvolvimento humano. As conclusões são do Relatório de Desenvolvimento Humano 2013 – Ascensão do Sul: progresso humano num mundo diversificado, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Nesse período, o país registrou um crescimento de 24% no IDH, o mais alto entre os vizinhos latino-americanos. A classificação de “alto desempenho” foi dada aos países que: tiveram desenvolvimento humano significativo pois, além de experimentar aumento do rendimento nacional, registram valores superiores à média nos indicadores de saúde e educação; reduziram o hiato necessário para alcançar o teto do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – igual a 1 –; e tiveram desempenho melhor em relação a seus pares – países que se encontravam em patamares semelhantes em 1990.
O Relatório de Desenvolvimento Humano é uma publicação editorialmente independente do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda, educação e saúde.
Ele foi introduzido no primeiro Relatório de Desenvolvimento Humano em 1990 como uma medida composta sintética de desenvolvimento que desafiava as avaliações puramente econômicas do progresso nacional. O IDH no RDH 2013 abrange 187 países e territórios
O IDH do Brasil para 2012 é de 0,730, mantendo o país no grupo dos países de Desenvolvimento Humano Alto. Sua posição em relação aos 187 países e territórios classificados é a 85ª, mesma posição que em 2011. Continua bem à frente de outros emergentes como China (101ª), África do Sul (121ª) e e Índia (136ª).
O Relatório aponta que o país cresceu expressivamente no IDH, num ritmo mais rápido e com mais qualidade do que muitos dos vizinhos latinoamericanos, por equilibrar crescimento nas três dimensões do desenvolvimento humano.
Jorge Chediek , representante do Pnud no Brasil, considera o Brasil um país protagonista, segundo ele “alguns países adotaram modelos de desenvolvimento com maior destaque para a participação do Estado e políticas de transferência de renda que tiveram um resultado histórico”.
Brasil, China e Índia estão remodelando a dinâmica mundial no contexto amplo do desenvolvimento humano. Diante do peso crescente que estes países exercem na economia mundial, seja pelo comércio, pelo acúmulo de reservas internacionais, pela aposta na cooperação Sul-Sul ou pelas medidas inteligentes de combate a conjunturas adversas, o Relatório afirma que é necessário que se promova um debate sobre o remodelamento da geopolítica global.
“Pela primeira vez em 150 anos, o produto combinado das três principais economias do mundo em desenvolvimento – o Brasil, a China e a Índia – é aproximadamente igual ao PIB combinado das antigas potências industriais do Norte: Canadá, França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Estados Unidos”, diz o Relatório.
Até 2050, prevê-se que Brasil, China e Índia, em conjunto, sejam responsáveis por 40% do produto mundial. “A ascensão do Sul tem decorrido a uma velocidade e escala sem precedentes.”
O Brasil aparece 137 vezes nos textos, gráficos e tabelas do relatório – um recorde desde a primeira avaliação do PNUD feita em 1990. Uma das razões desse destaque é o próprio enfoque o trabalho, centrado no crescimento econômico dos países em desenvolvimento e nas conseqüências sociais do fenômeno. O título do relatório é a Ascenção do Sul – progresso humano em um mundo diverso.
A redução da pobreza no Brasil também é ressaltada no relatório do PNUD, por meio de ações de transferência de renda, geração de renda na área rural e acesso ao mercado de trabalho. “Esses programas revolucionaram a esfera administrativa e o empoderamento feminino, desenvolvendo canais de distribuição inovadores, como a bacarização com cartões magnétivos. O resultado tem sido a queda substancial da pobreza e extrema pobreza e a redução da desigualdade, diz o estudo.
Apesar do Brasil ser destaque no relatório, contesta alguns aspectos. Em entrevista coletiva, os ministros do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello e Aloizio Mercadante, da Educação, apontaram que os dados utilizados no cálculo do IDH estão defasados para o Brasil e diferenciados entre os países. Em educação, as informações são de 2005 e oriundas de fontes não reconhecidas pelas agências de estatística nacionais.
Além disso, segundo o governo federal, o PNUD não leva em conta a legislação brasileira, que estabelece como obrigatório o ensino para crianças a partir de 5 anos e o ciclo de ensino fundamental de nove anos. A atualização desse indicador permitiria que o país subisse 20 posições no ranking do IDH.
Para uma maior compreensão você poderá ler o Relatório Completo neste link: http://www.pnud.org.br/arquivos/rdh-2013.pdf e para assistir a entrevista coletiva: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=BR549YaHx9c
Referências:
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