Pataxó - classificada como língua isolada
mas nunca sistematicamente estudada. A língua originalmente falada pelos Pataxó
não é mais utilizada. Atualmente, todo o povo Pataxó fala o português regional
fluente, utilizando-se alguns indivíduos de palavras isoladas (substantivos e
adjetivos) de uma língua tomada de empréstimo aos Maxacalí, povo indígena
localizado numa região próxima, já no Estado de Minas Gerais. A importância
deste empréstimo para os Pataxó é tão considerável que eles tendem a reconhecer
o Maxacalí como a sua própria língua.
A Aldeia de Barra Velha,
reconhecida pelos Pataxó como o seu local de origem – onde todos nasceram e
foram criados -, localiza-se nos limites meridionais do município de Porto
Seguro, a menos de um quilômetro da costa, entre as embocaduras dos rios
Caraíva e Corumbáu.
O território delimitado pelos cursos destes dois rios pela costa atlântica a Leste, e pelo Monte Pascoal a Oeste – cerca de20.000 hectares -,
é tradicionalmente identificado pelos Pataxó
como o seu território. O Monte Pascoal, além de se constituir num limite territorial,
tem grande valor simbólico como marco de identidade étnica Pataxó.
O território delimitado pelos cursos destes dois rios pela costa atlântica a Leste, e pelo Monte Pascoal a Oeste – cerca de
Há 15 anos, o índio
pataxó Galdino Jesus dos Santos, de O
índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44 anos, que estava na cidade para
comemorar o Dia do Índio, acordou em chamas e horas depois morreu no hospital
com 95% do corpo queimado. Os rapazes foram reconhecidos, presos e condenados a
14 anos de prisão, mas a lei brasileira garantiu que ficassem apenas oito anos
na cadeia — e com direito a várias regalias.
Para justificar o crime
bárbaro, os rapazes alegaram que acreditavam ser um mendigo e resolveram
"brincar" com ele. Anos depois do crime que chocou o Brasil, uma onda
de ataques a mendigos e moradores de rua se espalha por Brasília e também pelo
País. Só neste ano, três mendigos foram atacados enquanto dormiam no Distrito
Federal.
— Eles tinham poder onde
precisavam ter. É o resumo que a promotora que cuidou do caso do índio
Galdino, Maria José Miranda Pereira, faz do processo. Há 15 anos, cinco
jovens de classe média colocaram fogo no pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44
anos, que dormia em uma parada de ônibus na Asa Sul, bairro nobre de Brasília.
Ele morreu em consequência do crime bárbaro. Com trânsito no Judiciário e
dinheiro para contratar os melhores advogados, os jovens assassinos tiveram
benefícios e regalias que outros presos não possuem e ficaram atrás das grades
pouco mais da metade do tempo a que foram condenados.
Os jovens que atearam
fogo no homem dormindo tiveram tratamento diferenciado antes e depois do
julgamento, segundo a promotora. Foram presos no mesmo dia do crime e,
encaminhados para a prisão, ficaram em uma cela especial.
A promotora conta que
foi desabilitada uma biblioteca na prisão para acolher os quatro, "já que
corriam risco de vida" por serem filhos de juízes. No local, tinham
chuveiro quente e vaso sanitário, coisa rara na penitenciária. Mesmo
respondendo por crime hediondo, conseguiram antes do julgamento permissão para
estudar e trabalhar.
Os benefícios que eles
tinham não era nem só pelo dinheiro. Claro que comparado às pessoas presas no
Brasil, a maioria de classe muito baixa e presa por crimes pequenos, eles eram
muito ricos. Mas eles tinham poder dentro do Judiciário. Tinham poder onde
precisavam ter.
No caso do menor, ele
foi transferido para Recife para cumprir medidas socioeducativas. Lá, um juiz o
encaminhou para cumprir pena no hospital de queimaduras da cidade. Assim,
conviveria de perto com a dor que provocou no índio Galdino para se divertir. A
punição durou pouco: a família e os advogados, revoltados com a
"maldade" do juiz, trouxeram o infrator de volta para
"refletir" em casa.
Os advogados conseguiram
atrasar o julgamento dos outros quatro jovens por cinco anos. Entraram com
recurso em todas as instâncias possíveis e até no STJ (Superior Tribunal de
Justiça). Queriam que os jovens fossem julgados por lesão corporal seguida de
morte e não homicídio triplamente qualificado. Além disso, tentaram impedir que
os garotos fossem a júri popular.
O julgamento no Tribunal
de Júri de Brasília durou cinco dias. Os jurados decidiram por cinco a dois que
Max Rogério, Antônio Novely, Eron e Tomás eram culpados pelo crime classificado
como hediondo. A juíza poderia escolher uma pena entre 12 e 30 anos. Eles foram
condenados a 14 anos.
Assista
Expedições
– Índios Pataxós e a terra do descobrimento - este programa mostra a luta do povo que
encontrou meios para resistir à pressão dos brancos e manter sua cultura.
Referências
e maiores informações:
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