quinta-feira, 31 de maio de 2012
Linha do tempo do Impeachment
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Fora Collor
Imagem da Revista Abril
Diretas Já foi uma campanha que
mobilizou toda a população brasileira para lutar por eleições presidenciais
democráticas, com voto direto e universal. Ocorreu em 1984. No entanto, mesmo com o
final da ditadura militar no Brasil, o presidente civil (Tancredo Neves/José
Sarney) que assumiu o cargo em 1985 não foi eleito pelo voto direto.
Em
1989 a
população conquistou seu direito de opinar sobre qual candidato queria no
governo do país. As eleições foram disputadas no segundo turno por Fernando
Collor de Melo e Luís
Inácio “Lula” da Silva, Fernando Collor foi eleito.
O novo governo anunciou um pacote de medidas chamado
de Plano Collor. Além de buscar a abertura dos mercados, a participação do
capital estrangeiro e a diminuição do gasto público, o plano congelou a renda
das cadernetas de poupanças de milhares de brasileiros. Sem alcançar o sucesso esperado o
plano naufragou em meio a um surto de recessão econômica e a volta das ondas
inflacionárias.
Fernando Collor de Melo foi cercado por escândalos e
corrupção. Durante a campanha eleitoral, Collor argumentava que “Lula”
confiscaria o dinheiro do povo, mas na prática quem fez isso foi ele.
Quando Collor lançou uma medida confiscando os
depósitos em contas bancárias com valor acima de Cr$ 50, 000 muitas pessoas e empresas
faliram e a reprovação ao governo do
presidente começou a aparecer.
A sociedade já questionava o governo do presidente
Collor quando estourou o pior dos escândalos envolvendo diretamente o
presidente. O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor, denunciou e comprovou um esquema de
corrupção envolvendo o presidente do Brasil. Tal esquema tinha participação
fundamental do tesoureiro da campanha presidencial de Collor, Paulo César Farias. O
episódio ficou conhecido como “esquema PC”.
Esse acontecimento foi decisivo para que a sociedade
se organizasse e protestasse contra o governo. A União
Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(UBES), DCE’s, centros acadêmicos, grêmios livres se uniram para organizar um
gigantesco protesto exigindo o impeachment de Fernando Collor. Os estudantes
saíam às ruas com as caras pintadas de verde e amarelo para engrossar a
campanha Fora Collor no
ano de 1992.
Aquela rede de favorecimento
político e econômico controlada por pessoas diretamente ligadas ao presidente
escandalizou o país. As denúncias de corrupção ocuparam as manchetes dos
principais meios de comunicação da época. Dando resposta a essas denúncias, o
Congresso Nacional criou
uma investigação controlada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O impeachment de Collor – medida legal possibilitada com a abertura da CPI, proposta pelo deputado federal José Dirceu e pelo senador Eduardo Suplicy.
O impeachment de Collor – medida legal possibilitada com a abertura da CPI, proposta pelo deputado federal José Dirceu e pelo senador Eduardo Suplicy.
Collor foi afastado em 29 de setembro de 1992 e,
antes de ser condenado pelo Senado, renunciou ao mandato, em 29 de dezembro.
Itamar Franco, seu vice, assumiu a Presidência da República Brasileira.
Maiores
informações e referências:
domingo, 27 de maio de 2012
Maior lixão da América Latina é desativado após 34 anos
Após 34 anos recebendo todo o tipo de
resíduo, o lixão de Gramacho --considerado o maior da América Latina-- será
desativado na sexta-feira (1º) sem uma avaliação que aponte o real tamanho da
sua contaminação ambiental, informa a reportagem de Venceslau Borlina Filho desta segunda-feira (28).
Instalado sobre um mangue às margens da
baía de Guanabara e na confluência dos rios Sarapuí e Iguaçu, em Duque de
Caxias (Baixada Fluminense), o aterro recebeu ao menos 70 milhões de toneladas
de lixo sem qualquer proteção.
Detectar a contaminação de Gramacho ao
meio ambiente é ainda mais difícil porque ao redor dele existem ao menos 42
lixões clandestinos, sendo 21 ainda ativos. A meta da Secretaria de Estado do Meio
Ambiente do Rio é desativar todos neste ano.
O CTR (Centro de Tratamento de Resíduos)
de Seropédica, a 50 km
do Rio, para onde o lixo passará a ser levado, tem capacidade para 10 mil
toneladas. A estimativa é de que o CTR tenha vida útil de, no mínimo, 17 anos.
Para a desativação do lixão de Gramacho,
a Prefeitura do Rio já desembolsou ao menos R$ 93,1 milhões entre indenização
aos catadores e o montante repassado desde julho de 2007 ao consórcio
responsável pelo gerenciamento da área em Duque de Caxias.
Disponível
em Folha.com:
A imprensa e o mercado de escravos *
Na quarta-feira
(23), o jornal O Estado de S. Paulo coloca à disposição do público o conteúdo
digitalizado de seus 137 anos de história. Um dos destaques da reportagem que
anuncia o lançamento são artigos sobre a abolição da escravatura, ocorrida em
13 de maio de 1888 e comentada na edição publicada dois dias depois.
Por Luciano Martins Costa*
Coincidentemente, a mesma edição de 23 de maio de 2012, que
trata do resgate do acervo histórico do tradicional jornal paulista, traz
também uma notícia atual, segundo a qual a Câmara dos Deputados acaba de
aprovar uma proposta de Emenda Constitucional que determina a expropriação de
propriedades rurais e urbanas onde forem constatadas situações de trabalho
escravo.
O fato obriga a pensar em como construímos nossa trajetória como
país, como a imprensa registra cotidianamente essas mudanças e, sem grandes esforços,
suscita a célebre frase de Karl Marx segundo a qual "a História se repete
como farsa".
A aprovação da lei que pune proprietários de terras que tratam
os trabalhadores como escravos está em todas as edições dos jornais de
quarta-feira (23), mas é preciso alguma reflexão para observar que a decisão
imperial de 1888 não eliminou a servidão humana em território brasileiro.
Fiscalização insuficiente
Nesta segunda década do século 21, foi preciso reunir a Câmara
dos Deputados para determinar que os exploradores de seus semelhantes terão
suas terras expropriadas. E observe-se que 360 parlamentares votaram a favor da
medida, mas ainda houve 29 deputados votando contra.
Não foi difícil para os jornalistas que cobrem o Parlamento
identificar esses deputados que se opuseram à punição para os escravagistas da
"pós-modernidade". Os jornais explicam claramente que os votos
contrários e a tentativa de esvaziar a sessão foram obra da chamada bancada
ruralista, o mesmo grupo que se esforça para flexibilizar a legislação de
proteção do patrimônio ambiental e que também acaba de aprovar, numa
subcomissão da Câmara, uma proposta para liberar a compra de terras no Brasil
por estrangeiros, sem limite de extensão, bem como legalizar as terras já
adquiridas por investidores de outros países.
Esses representantes do atraso institucional impuseram todo tipo
de empecilho, exigindo, por exemplo, que fosse feita uma emenda ao Código Penal
para melhor definir o que seja trabalho escravo.
Interessante refletir em que, passados mais de 120 anos, o
perfil dos escravagistas se reproduz em seus sucessores, como se o fantasma do
atraso insistisse em assombrar o Brasil contemporâneo.
Atualmente, as violações à legislação trabalhista que configuram
condições degradantes, jornada excessiva e outras circunstâncias semelhantes à
escravidão estão descritas no artigo 149 do Código Penal e se repetem com muito
mais frequência do que julga o cidadão leitor de jornais.
A fiscalização não alcança nem uma fração das propriedades
rurais do país e, além disso, há outras formas de escravidão mais ou menos
toleradas, como a situação de adolescentes e jovens retiradas de pequenas
comunidades do interior e mantidas contra sua vontade em casas de prostituição.
A ilusão da modernidade
Também não custa lembrar que, em 28 de janeiro de 2004, três
auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram assassinados
em uma emboscada no município de Unaí, Minas Gerais, quando investigavam a
ocorrência de trabalho escravo em fazendas da região. Os supostos assassinos
estão presos, mas os quatro acusados como mandantes, indiciados, seguem livres.
Um deles é prefeito de Unaí, pelo PSDB.
A polícia comprovou a vinculação entre os assassinos e os
mandantes, como pagamento por meio de depósito bancário, confissão dos jagunços
e outras provas e evidências. Mas a Justiça tarda.
O acervo histórico do Estadão será sem dúvida um instrumento
valioso para quem deseja estudar o processo histórico da construção da
democracia brasileira. Talvez brotem desse conteúdo artigos e estudos
interessantes que nos ajudem a entender como certas práticas contrárias à ideia
de civilização se reproduzem pelos tempos afora.
A leitura diária dos jornais nem sempre provoca as reflexões
adequadas sobre essa passagem do tempo e, eventualmente, até mesmo o discurso
oficial nas páginas de opinião da imprensa induz a pensar que as forças do
retrocesso são muito mais poderosas do que imaginamos.
Um salto entre 1888 e 2012 pode nos convencer de que a
modernidade do Brasil é uma ilusão.
*Jornalista e escritor
Disponível
em:
sábado, 26 de maio de 2012
sexta-feira, 25 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Venda do fóssil de 80 milhões de anos está sendo contestada pelo governo da Mongólia
O esqueleto quase intacto de um
tiranossauro foi leiloado por 1,05 milhão de dólares (mais de R$ 2 milhões) no
domingo em Nova York, mas a venda foi contestada pelo governo da Mongólia.
O Tyrannosaurus
bataar (também
conhecido como tarbossauro), pequeno primo asiático do temidoTyrannosaurus Rex, viveu há cerca de 80 milhões de
anos e media 2,4 metros
de altura e 7,3 de comprimento, segundo a casa de leilões Heritage Auctions.
O esqueleto foi descoberto no deserto
de Gobi, que abrange o norte da China e sul da Mongólia. Greg Rohan, presidente
da casa de leilões, disse não saber em qual país o esqueleto foi achado, mas
que o material entrou legalmente nos EUA.
Disponível em:
quinta-feira, 17 de maio de 2012
O Palhaço
No filme O Palhaço, dirigido e protagonizado pelo ator
Selton Mello, Benjamim, o dono do circo
tem uma repentina e intensa crise existencial. No meio do frisson causado pela
chegada de seu espetáculo (ironicamente, chamado de Esperança) a pequenas
cidades do interior, o personagem se mostra exausto com os problemas do
cotidiano: o músico da trupe quer um adiantamento e o pai – e também palhaço –
(vivido por Paulo José) é enganado pela namorada mais jovem.
Assim como Benjamim, a imagem do palhaço
também sofre hoje com a transformação de sua identidade e seu lugar na
sociedade. Competindo com outras formas modernas de entretenimento e passando
por evoluções da linguagem, a arte do palhaço luta para sobreviver enquanto se
adapta a outras formas de representação cênica. Não é um privilégio do tempo
presente: a história dessa figura humorística também é difusa.
Veja o trailler do filme:
Não se sabe precisar ao certo quando
surgiram os primeiros palhaços – estudiosos apontam para a quinta dinastia egípcia,
por volta do ano 2400 a .C.,
mas diversas manifestações similares aconteceram em diferentes civilizações.
Seja a pantomima da antiga Grécia, os bobos da corte ou mesmo as figuras
cômicas do teatro kabuki japonês, fato é que o palhaço consolidou-se primordialmente
como um sátiro da sociedade ...
...“O
palhaço perdeu o poder que ele tinha antigamente, quando, dentro da corte,
fazia a transição entre o povo e a realeza. Hoje o palhaço busca um resgate da
pureza da humanidade”, afirma Mario Zanatta, diretor teatral e fundador da
Oficina do Ator Cômico, que desenvolve, entre outras formações dramáticas, a
figura do clown, o palhaço moderno que se diferencia do tradicional no visual e
na intenção.
“O
palhaço de circo é uma figura mais grotesca, exagerada, que se preocupa mais
com truques cênicos. Já o clown busca seu humor não em truques, mas em si
mesmo, relacionando-se com seu lado mais ingênuo e fazendo o público se
conectar com esse aspecto mais simples de sua humanidade”, diferencia.
Origens
Zanatta afirma que a origem moderna do
palhaço (termo que deriva do italiano pagliaccio, que por sua vez vem de omino
di paglia, “homem de palha”), remonta aos servos da commedia dell’arte, um tipo
popular de teatro de improviso popular na França e na Itália do século 16 ao
século 18: “Ali estabeleceu-se a hierarquia dos palhaços, que possibilitam o
jogo de humor entre eles.
O servo mais ingênuo, que apanha, e o
servo superior, que bate mas é enganado pelos outros, são arquétipos de figuras
cômicas que passaram para o circo tradicional e mesmo para o cinema, como o
Gordo e o Magro e os Três Patetas”. Já o clown (palavra cuja origem é incerta,
mas que provavelmente passa pelo dialeto islandês klunni, “desajeitado”) teve
seu desenvolvimento principal na escola do mímico francês Jacques Lecoq. “O
clown é, de certa forma, um resgate da arte do palhaço. Reconecta o homem com
seu lado lúdico, e faz rir por isso”, diz o ator, mas ressaltando que as
diferenças entre essas duas representações cômicas tendem a desaparecer pela
globalização, que aproxima os estilos e abole as nomenclaturas diversas.
Informações, texto e imagem disponível em:
domingo, 13 de maio de 2012
Mães marcantes do cinema
Para comemorar o Dia das Mães, a TViG selecionou as cenas mais marcantes
do cinema com mães e filhos. Veja a lista:
5º
Lugar - Mãe do Dumbo (1941)
4º
Lugar - Uma Thurman em Kill Bill Volume 2 (2004)
3º Lugar - Sharon Warren em Ray (2004)
2º
Lugar - Angelina Jolie em "A Troca" (2008)
1º
Lugar - Patrícia Pillar em "Zuzu Angel"
(2006)
Acompanhe no link abaixo:
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Gravidez na real
Mães famosas dão dicas sobre: gravidez: parto, dieta, sogra...
Acompanhe as histórias no infográfico:
http://g1.globo.com/platb/gravidez-na-real
Acompanhe as histórias no infográfico:
http://g1.globo.com/platb/gravidez-na-real
Com definição de nomes, Comissão da Verdade inicia trabalhos no dia 16
A presidente Dilma Rousseff escolheu os
sete integrantes da Comissão da Verdade. São eles: José Carlos Dias,
ex-ministro da Justiça, Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça,
Rosa Maria Cardoso da Costa, ex-advogada da presidente Dilma, Cláudio Fonteles,
o diplomata e ex-secretário de Direitos Humanos do Ministério da Justiça Paulo
Sérgio Pinheiro, a psicanalista Maria Rita Kehl e o advogado e jurista José
Paulo Cavalcanti Filho. A posse está marcada para o dia 16 de maio e os
ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz
Inácio Lula da Silva participarão da cerimônia.
A Comissão
da Verdade gerou uma grande polêmica desde quando foi anunciada, há dois anos.
Em todas as manifestações os militares da reserva, principalmente do Exército,
afirmam que a comissão será revanchista e tentará reescrever a história à sua
maneira. Mas o governo rebate esta tese e insiste que a comissão será de Estado
e agirá com imparcialidade.
Entre os
objetivos da comissão estão “esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos
de graves violações de direitos humanos” entre 1946 e 1988 e “promover o
esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos
forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no
exterior”. A partir da instalação, a comissão terá dois anos para conclui os
trabalhos.
Não está
estabelecido como será o rito de funcionamento da comissão. Cada integrante do
grupo receberá um salário mensal de R$ 11.179,36.
A lei prevê que a comissão requisite documentos de órgãos
públicos, convoque pessoas para entrevistas, promova audiências públicas e peça
proteção para indivíduos que eventualmente se encontrem “em situação de ameaça”
por causa da colaboração com os trabalhos. A legislação ainda estabelece que as
atividades não terão “caráter jurisdicional ou persecutório” e que “é dever dos
servidores públicos e dos militares colaborar” com a comissão. Está prevista
ainda parcerias com instituições de ensino superior e organismos internacionais.
Grupo terá dois anos para esclarecer violações de
direitos humanos ocorridos no Brasil entre 1946 e 1988
Disponível
na Gazeta do Povo
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Dia das Mães
Apesar de origens
e locais diferentes no mundo existem diversas formas de comemoração e homenagem
ao Dia das Mães.
A entrada da
primavera era festejada em honra de Reia, a Mãe dos deuses na Grécia
Antiga. Na Idade Média os trabalhadores
que moravam longe de suas famílias recebiam um dia para visitar suas mães. Os
ingleses deram o nome de “mothering day”.
Na Noruega a data
é comemorada no segundo domingo de fevereiro. Na África do Sul e Portugal, no
primeiro domingo de maio e no quarto domingo deste mês na Suécia. Os mexicanos
possuem uma data fixa, dia 10 de maio. Na Tailândia, 12 de agosto, em
comemoração ao aniversário da rainha Mom Rajawongse Sirikit. No Brasil, assim
como nos Estados Unidos, Japão, Turquia e Itália, a data é comemorada no
segundo domingo de maio.
Em 1905, nos Estados Unidos, Ana Jarvis, perdeu sua mãe na Guerra Civil Americana. Entrou
em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram
a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa.
Ana Jarvis, solicitou que a festa fosse estendida a todas
as mães, vivas ou mortas, um dia para todas as crianças fizessem homenagens
para suas mães. Foi um grande sucesso.
Em 1914, o presidente Thomas Woodron
Wilson oficializou a data. No entanto, o Dia das Mães se tornou uma data triste
para ela. A popularidade do feriado fez com que a data se tornar um dia
lucrativo para os comerciantes, em especial para os que vendiam cravos brancos,
flor que simboliza a maternidade.
"Não criei o dia as mães para ter
lucro", disse furiosa a um repórter, em 1923. Entrou com um processo para
cancelar o Dia das Mães, sem sucesso. Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos.
Referência
e informações:
segunda-feira, 7 de maio de 2012
domingo, 6 de maio de 2012
O Almirante Negro
O Almirante Negro, glória a uma luta inglória
Em novembro de 1910, um grupo de
marinheiros da Armada brasileira rebelou-se no Rio de Janeiro, assumindo o
controle dos principais navios da frota, os encouraçados Minas Gerais, São
Paulo e Deodoro, além do cruzador Bahia. Os canhões foram apontados contra o
palácio do Catete, na época a sede do poder federal. Esses marinheiros, na
maioria negros, mulatos e migrantes nordestinos, pediam o fim dos castigos
físicos, aplicados pelo uso da chibata, e melhores condições de trabalho na
Marinha. Muitos desses rebeldes ficaram conhecidos pela imprensa em sua época.
Posteriormente, o líder do levante, o marinheiro João Cândido, tornou-se uma
figura simbólica reverenciada até hoje por uns, pouco conhecida do grande público
e sem reconhecimento em seu universo de origem, a Marinha brasileira.
A revolta, que durou da noite do dia 22 até 26 de novembro de 1910, provocou pânico na população brasileira, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro. Os jornais da época mostram que a população carioca teve o reflexo de fugir do centro da cidade e das regiões litorâneas, com medo dos canhões dos poderosos navios. Mesmo assim, uma parte da imprensa manifestou simpatia pelas reivindicações dos marinheiros.
O governo do marechal Hermes da Fonseca, que havia tomado posse uma semana antes da revolta na baía da Guanabara, experimentava com o evento sua primeira crise política. É importante lembrar que Hermes da Fonseca havia disputado uma concorrida campanha eleitoral contra Rui Barbosa, durante o ano de 1909 e início de 1910, quando houve uma mobilização de certos setores da população em torno das candidaturas de Hermes, defendida pelos militaristas, e Rui, apoiado pelos civilistas, segundo a terminologia da época. Esse clima de divisão seria retomado no Congresso com a revolta, havendo desconfiança e pressão de ambas as partes.
Assim, o governo do marechal, ameaçado,
criticado e enfraquecido, concedeu anistia aos rebeldes, mas o Estado
autorizaria, poucos dias depois, a exclusão dos elementos “não desejáveis” à
disciplina a bordo. Quase 1000 marinheiros foram excluídos da Marinha no início
de dezembro do mesmo ano. Nesse mesmo mês, eclodiu uma nova rebelião cujas
razões são pouco conhecidas, desta vez um levante dos fuzileiros navais. Essa
segunda rebelião foi massacrada em poucas horas pelas forças oficiais da
República brasileira.
sábado, 5 de maio de 2012
Tapete Vermelho
Sensível, engraçado e comovente, Tapete Vermelho é a
mais bela homenagem feita pelo cinema ao grande Mazzaropi.
Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem
distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide
levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme
estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando
era garoto.
Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho,
sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas
cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.
Veja o trailler:
Assista
on line:
sexta-feira, 4 de maio de 2012
Morre aos 91 anos o cantor sertanejo Tinoco
Ele morreu pouco antes das
2h da madrugada, depois de sofrer duas paradas cardíacas.
O cantor José Perez, mais
conhecido como Tinoco, da dupla sertaneja "Tonico & Tinoco", morreu na madrugada
desta sexta-feira (4) aos 91 anos. Segundo o site G1, o músico deu entrada no
Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Zona Leste de São Paulo, na
noite de quinta-feira sofrendo de complicações respiratórias. Ele morreu pouco
antes das 2h da madrugada, depois de sofrer duas paradas cardíacas.
Tinoco nasceu em 1920 na cidade de Pratânia, interior de São Paulo. Ele formava a dupla "Tonico & Tinoco" com o irmão José Salvador Perez, o Tonico, que faleceu em 1994.
O velório de Tinoco foi marcado para as
10h da manhã no cemitério da Quarta Parada, no bairro do Belém, Zona Leste de
São Paulo. O enterro será realizado no cemitério Vila Alpina, também na Zona
Leste da cidade.
Carreira
Tonico e Tinoco fizeram seu
primeiro show profissional em 1935, como a dupla Coração do Brasil, uma das
primeiras da cena sertaneja brasileira. A dupla se mudou para São Paulo em 1943
e participou de diversos programas de calouros no rádio. Foi na Rádio Difusora
que a dupla definiu o nome artístico de Tonico e Tinoco.
O primeiro disco foi lançado um ano
depois e trouxe sucessos como "Percorrendo o Meu Brasil",
"Canoeiro" e "Cana Verde". Foram mais de mil gravações
feitas por Tonico e Tinoco nos 60 anos de carreira, lançadas em 83 discos, que
venderam mais de 150 milhões de cópias. A agenda dos irmãos soma 40 mil shows.
Entre as canções de maior sucesso estão "Chico Mineiro",
"Chalana" e "Tristeza do Jeca".
O último show da dupla foi na cidade
mato-grossense de Juína, em 7 de agosto de 1994. Em 60 anos de carreira, Tonico
e Tinoco realizaram cerca de mil gravações, divididas em 83 discos que venderam
mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda
a carreira.
Disponível na Gazeta do Povo:
quinta-feira, 3 de maio de 2012
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Nome de Anita Garibaldi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria
Anita Garibaldi, combatente da Revolução Farroupilha e pela
Unificação Italiana, é a segunda brasileira a ter seu nome inscrito no Livro
dos Heróis da Pátria, que registra perpetuamente os nomes dos brasileiros e de
grupos de brasileiros que tenham dado a vida pela pátria “defendendo ou
construindo, com dedicação e heroísmo”. A lei reconhecendo o papel histórico
da catarinense foi publicada nesta quarta-feira, no Diário Oficial da
União.
Antes de Anita, apenas a
enfermeira baiana Ana Nery, heroína da Guerra do Paraguai, havia sido admitida
no chamado Livro de Aço, onde estão inscritos Tiradentes, Zumbi dos Palmares, o
guerreiro guarani Sepé Tiaraju, os
líderes da Revolta dos Búzios, o Marechal Deodoro da Fonseca, Dom Pedro I, o
Duque de Caxias e Alberto Santos Dumont, entre outros.
Anita Garibaldi, nascida Ana
Maria de Jesus Ribeiro da Silva, foi esposa do herói italiano Giuseppe
Garibaldi que, no Brasil, lutou pelos ideais republicanos contra o Império.
Anita conheceu Giuseppe em 1837, durante a Guerra dos Farrapos, quando as
forças da República Rio-Grandense tomaram a cidade catarinense de Laguna. Com o
tempo, ela aprendeu a manejar armas e passou a acompanhar o marido nas
batalhas. Com a derrocada dos Farroupilhas, partiu com o marido para a Itália,
onde participou das lutas pela unificação daquele país—o que lhe valeu o título
de “heroína de dois mundos”.
O Livro dos Heróis da Pátria
foi criado em novembro de 2007, pela Lei 11.597, assinada pelo então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Está
depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos
Três Poderes, em Brasília.
12 anos do assassinato de Antônio Tavares
No dia 02 de maio de 2000, cerca de mil trabalhadores rurais procedentes de várias regiões do Paraná, dirigiam-se para uma manifestação. A manifestação teria início no Parque Barigui, de onde sairiam em passeata até a sede do INCRA com o objetivo de entregar uma pauta de reivindicações.
Os ônibus que transportavam os trabalhadores rurais foram barrados pela polícia na BR-277, próximo de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A polícia, colocando várias viaturas entre os ônibus da caravana, impediu que os trabalhadores seguissem viagem. Imediatamente, iniciou-se uma operação de repressão ao movimento. Centenas de trabalhadores rurais ficaram feridos. Antônio Tavares Pereira, um dos manifestantes, foi assassinado no local.
Causos de Tamandaré - Dona Maria Preta*
Estava na
hora do almoço, não via a hora de chegar em casa. Observei um tumulto. Muitas
pessoas e o trem ligado, parado. Cheguei mais perto e observei uma mão e um pé
caídos no trilho. Havia alguém embaixo do guarda-pó branco que uma professora
colocou no chão.
Era
um menino que ia de bicicleta para a escola. Lembro que ele ia de bicicleta,
pois não era todo mundo que tinha. Ficou lá o dia todo, próximo a entrada
da Vila Grécia.
O
IML demorou para chegar. Todos em
volta. Professores , crianças, curiosos. Mais tarde chegou a
mãe daquele menino. Somente perto do anoitecer recolheram o corpo. A Estrada de
Ferro já tirou a vida de muitas pessoas.
Depois de
ter visto aquela cena fiquei com a imagem na cabeça. Não conseguia mais passar
em frente ao local. Como não passar se tinha que ir para aula todos os dias? Chorava e tremia de
medo. Então minha mãe arrumou a solução: ir na Dona Maria Preta para benzer.
Fomos
a tarde, pois era o horário indicado. Dona Maria com sua fala mineira perguntou
o estava “acucedendo” com a menina. Depois do relato da história ela foi lá no
terreiro tirou uns galinhos, pegou uma água molhou, benzeu, molhou benzeu,
fazendo o sinal da cruz e determinou que eu fosse durante uma semana toda tarde
rezar pelo menino no local do acontecido e acender uma vela.
Por
determinação da Dona Maria minha mãe me arrastou e me obrigou a rezar e acender
a vela. Fui. A oração era para o "anjinho da guarda" do menino...
Depois
de uma semana já passava tranqüila pelo lugar. Porém, me recordo como se
tivesse acontecido agora.
“Dona
Maria Preta”... benzedeira
Maria Alzira
* Fato real -
Almirante Tamandaré - 1982
Ajuda pelo toque das mãos
Assim como dona Evinha, como é chamada,
existem 294 benzedeiras já identificadas no interior do Paraná. Vêm das cidades
de Rebouças e São João do Triunfo, ambas no Centro-Sul do estado, as primeiras
leis municipais de que se tem registro no Brasil para o reconhecimento da
atividade das benzedeiras. Na região também foi criado o Movimento Aprendizes
da Sabedoria (Masa). “O movimento serviu como uma ferramenta para a articulação
das benzedeiras, que não se comunicavam entre si e se sentiam acuadas pelo
preconceito contra a atividade”, comenta Taísa Lewitzki, uma das coordenadoras.
A partir do mapeamento realizado pelo
grupo foram identificadas 133 benzedeiras em Rebouças e 161 em São João do
Triunfo. Em março de 2009, o estudo fundamentou a elaboração de uma lei na
Câmara Municipal de Rebouças para o reconhecimento da atividade. Em fevereiro
de 2012, o mesmo procedimento foi adotado em São João do Triunfo.
Taísa lembra que as leis municipais são
inéditas no Brasil. “Existem leis semelhantes que reconhecem a atividade das
parteiras, mas, nesses moldes das leis das benzedeiras, o trabalho é inédito”,
acrescenta. Na prática, as leis permitem que as benzedeiras, rezadeiras,
curandeiras e costureiras de rendiduras (dores musculares) tenham acesso e
manipulem ervas medicinais. Elas também podem contribuir com políticas de saúde
pública.
No quintal da casa de dona Evinha
existem, por exemplo, 16 tipos de ervas medicinais. “Eu dou um ramo para a
pessoa que precisa e ensino como fazer o remédio”, diz. Ela aprendeu o ofício
com a mãe e há dez anos pratica o benzimento.
Especial
Há oito anos na atividade, a curandeira
Alice Teixeira descobriu o dom quando impôs as mãos sobre o peito da filha de 2
anos que sofria de desmaios. “Um clarão entrou na janela do meu quarto e eu fui
chamada a curar as pessoas em forma de retribuição pela saúde da minha filha”,
completa. Ela afirma já ter curado pessoas com feridas graves e até recuperado
quem estava em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Já Marta Drabeski, que está no ramo há 24
anos e é vereadora em São João do Triunfo, diz que desde a infância se sentia
especial. “Mas eu tinha medo da minha mãe, que era luterana e não acreditava
nas minhas visões.” Ela afirma ter visto aos 11 anos Nossa Senhora das Graças
aos pés de sua cama, enquanto passava uns dias na casa da irmã mais velha. “A
partir daí eu soube que tinha que curar as pessoas que precisavam.”
Voluntariado
A atividade é voluntária, mas a ajuda com
alimento ou dinheiro não é negada por parte das curandeiras. “Quem quer e pode
deixa um quilo de alimento”, comenta Alice, que vive de carpir quintal e colher
maçãs. Dona Evinha, que é pensionista, também não cobra nada pelo serviço, mas
aceita de bom grado os presentes que recebe. Ela mostra o velho guarda-roupas
de duas portas cheio de fronhas e panos de pratos bordados, doados pelos
pacientes e que ainda nem foram usados.
Médicos veem atividade com preocupação
A cura por métodos alheios à ciência é vista com ressalvas por médicos. “A segurança científica não pode ser deixada de lado”, lembra o oncologista e vice-presidente do Instituto Ciência e Fé, Cícero Urban. Ele ressalta que um tratamento tradicional não pode ser substituído pelo alternativo, proposto por curandeiros e benzedores. “A medicina não substitui o curandeiro nem o curandeiro substitui a medicina. Eu não digo para um paciente não procurar uma benzedeira, mas eu acho que ele precisa tomar cuidado, principalmente se quiser substituir um tratamento médico”, opina.
Para a psiquiatra e coordenadora regional no Paraná da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, Maria Lúcia Maranhão Bezerra, o que preocupa o médico é o atraso causado na busca pelo tratamento convencional provocado por quem é adepto de sessões de benzedeiras e curandeiros. “A tendência dos médicos é respeitar essa atividade, mas esperamos que nenhuma dessas práticas interfira na possibilidade de tratar o paciente a tempo de recuperar sua saúde”, afirma. (MGS)
Cultura
Ato de curar pode ser considerado patrimônio imaterial
O ato de curar por meios não tradicionais é visto como um patrimônio imaterial da cultura brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – ligado ao Ministério da Cultura. Porém, ainda não há registros oficiais da atividade no instituto. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, existem dois estudos em desenvolvimento para o reconhecimento das benzedeiras, um no Rio Grande do Norte e outro no Ceará.
No ano passado, o mapeamento das benzedeiras realizado pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria (Masa), que originou as leis municipais em São João do Triunfo e Rebouças, conquistou o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, que reconhece iniciativas de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. (MGS)
Interatividade
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