quarta-feira, 30 de maio de 2012

Fora Collor


Imagem da Revista Abril

Diretas Já foi uma campanha que mobilizou toda a população brasileira para lutar por eleições presidenciais democráticas, com voto direto e universal. Ocorreu em 1984. No entanto, mesmo com o final da ditadura militar no Brasil, o presidente civil (Tancredo Neves/José Sarney) que assumiu o cargo em 1985 não foi eleito pelo voto direto.
 Em 1989 a população conquistou seu direito de opinar sobre qual candidato queria no governo do país. As eleições foram disputadas no segundo turno por Fernando Collor de Melo e Luís Inácio “Lula” da Silva,  Fernando Collor foi eleito.
O novo governo anunciou um pacote de medidas chamado de Plano Collor. Além de buscar a abertura dos mercados, a participação do capital estrangeiro e a diminuição do gasto público, o plano congelou a renda das cadernetas de poupanças de milhares de brasileiros.  Sem alcançar o sucesso esperado o plano naufragou em meio a um surto de recessão econômica e a volta das ondas inflacionárias.
Fernando Collor de Melo foi cercado por escândalos e corrupção. Durante a campanha eleitoral, Collor argumentava que “Lula” confiscaria o dinheiro do povo, mas na prática quem fez isso foi ele.
Quando Collor lançou uma medida confiscando os depósitos em contas bancárias com valor acima de Cr$ 50, 000 muitas pessoas e empresas faliram  e a reprovação ao governo do presidente começou a aparecer.
A sociedade já questionava o governo do presidente Collor quando estourou o pior dos escândalos envolvendo diretamente o presidente. O irmão de Fernando Collor, Pedro Collor, denunciou e comprovou um esquema de corrupção envolvendo o presidente do Brasil. Tal esquema tinha participação fundamental do tesoureiro da campanha presidencial de Collor, Paulo César Farias. O episódio ficou conhecido como “esquema PC”.
Esse acontecimento foi decisivo para que a sociedade se organizasse e protestasse contra o governo. A União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), DCE’s, centros acadêmicos, grêmios livres se uniram para organizar um gigantesco protesto exigindo o impeachment de Fernando Collor. Os estudantes saíam às ruas com as caras pintadas de verde e amarelo para engrossar a campanha Fora Collor no ano de 1992.
            Aquela rede de favorecimento político e econômico controlada por pessoas diretamente ligadas ao presidente escandalizou o país. As denúncias de corrupção ocuparam as manchetes dos principais meios de comunicação da época. Dando resposta a essas denúncias, o Congresso Nacional criou uma investigação controlada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 
            O impeachment de Collor – medida legal possibilitada com a abertura da CPI, proposta pelo deputado federal José Dirceu e pelo senador Eduardo Suplicy.
Collor foi afastado em 29 de setembro de 1992 e, antes de ser condenado pelo Senado, renunciou ao mandato, em 29 de dezembro. Itamar Franco, seu vice, assumiu a Presidência da República Brasileira.

Maiores informações e referências:




domingo, 27 de maio de 2012

Maior lixão da América Latina é desativado após 34 anos


Após 34 anos recebendo todo o tipo de resíduo, o lixão de Gramacho --considerado o maior da América Latina-- será desativado na sexta-feira (1º) sem uma avaliação que aponte o real tamanho da sua contaminação ambiental, informa a reportagem de Venceslau Borlina Filho desta segunda-feira (28).

Instalado sobre um mangue às margens da baía de Guanabara e na confluência dos rios Sarapuí e Iguaçu, em Duque de Caxias (Baixada Fluminense), o aterro recebeu ao menos 70 milhões de toneladas de lixo sem qualquer proteção.

Detectar a contaminação de Gramacho ao meio ambiente é ainda mais difícil porque ao redor dele existem ao menos 42 lixões clandestinos, sendo 21 ainda ativos. A meta da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Rio é desativar todos neste ano.

O CTR (Centro de Tratamento de Resíduos) de Seropédica, a 50 km do Rio, para onde o lixo passará a ser levado, tem capacidade para 10 mil toneladas. A estimativa é de que o CTR tenha vida útil de, no mínimo, 17 anos.

Para a desativação do lixão de Gramacho, a Prefeitura do Rio já desembolsou ao menos R$ 93,1 milhões entre indenização aos catadores e o montante repassado desde julho de 2007 ao consórcio responsável pelo gerenciamento da área em Duque de Caxias.

Disponível em Folha.com:

A imprensa e o mercado de escravos *


Na quarta-feira (23), o jornal O Estado de S. Paulo coloca à disposição do público o conteúdo digitalizado de seus 137 anos de história. Um dos destaques da reportagem que anuncia o lançamento são artigos sobre a abolição da escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888 e comentada na edição publicada dois dias depois.
Por Luciano Martins Costa*       
Coincidentemente, a mesma edição de 23 de maio de 2012, que trata do resgate do acervo histórico do tradicional jornal paulista, traz também uma notícia atual, segundo a qual a Câmara dos Deputados acaba de aprovar uma proposta de Emenda Constitucional que determina a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde forem constatadas situações de trabalho escravo.
O fato obriga a pensar em como construímos nossa trajetória como país, como a imprensa registra cotidianamente essas mudanças e, sem grandes esforços, suscita a célebre frase de Karl Marx segundo a qual "a História se repete como farsa".
A aprovação da lei que pune proprietários de terras que tratam os trabalhadores como escravos está em todas as edições dos jornais de quarta-feira (23), mas é preciso alguma reflexão para observar que a decisão imperial de 1888 não eliminou a servidão humana em território brasileiro.
Fiscalização insuficiente
Nesta segunda década do século 21, foi preciso reunir a Câmara dos Deputados para determinar que os exploradores de seus semelhantes terão suas terras expropriadas. E observe-se que 360 parlamentares votaram a favor da medida, mas ainda houve 29 deputados votando contra.
Não foi difícil para os jornalistas que cobrem o Parlamento identificar esses deputados que se opuseram à punição para os escravagistas da "pós-modernidade". Os jornais explicam claramente que os votos contrários e a tentativa de esvaziar a sessão foram obra da chamada bancada ruralista, o mesmo grupo que se esforça para flexibilizar a legislação de proteção do patrimônio ambiental e que também acaba de aprovar, numa subcomissão da Câmara, uma proposta para liberar a compra de terras no Brasil por estrangeiros, sem limite de extensão, bem como legalizar as terras já adquiridas por investidores de outros países.
Esses representantes do atraso institucional impuseram todo tipo de empecilho, exigindo, por exemplo, que fosse feita uma emenda ao Código Penal para melhor definir o que seja trabalho escravo.
Interessante refletir em que, passados mais de 120 anos, o perfil dos escravagistas se reproduz em seus sucessores, como se o fantasma do atraso insistisse em assombrar o Brasil contemporâneo.
Atualmente, as violações à legislação trabalhista que configuram condições degradantes, jornada excessiva e outras circunstâncias semelhantes à escravidão estão descritas no artigo 149 do Código Penal e se repetem com muito mais frequência do que julga o cidadão leitor de jornais.
A fiscalização não alcança nem uma fração das propriedades rurais do país e, além disso, há outras formas de escravidão mais ou menos toleradas, como a situação de adolescentes e jovens retiradas de pequenas comunidades do interior e mantidas contra sua vontade em casas de prostituição.
A ilusão da modernidade
Também não custa lembrar que, em 28 de janeiro de 2004, três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram assassinados em uma emboscada no município de Unaí, Minas Gerais, quando investigavam a ocorrência de trabalho escravo em fazendas da região. Os supostos assassinos estão presos, mas os quatro acusados como mandantes, indiciados, seguem livres. Um deles é prefeito de Unaí, pelo PSDB.
A polícia comprovou a vinculação entre os assassinos e os mandantes, como pagamento por meio de depósito bancário, confissão dos jagunços e outras provas e evidências. Mas a Justiça tarda.
O acervo histórico do Estadão será sem dúvida um instrumento valioso para quem deseja estudar o processo histórico da construção da democracia brasileira. Talvez brotem desse conteúdo artigos e estudos interessantes que nos ajudem a entender como certas práticas contrárias à ideia de civilização se reproduzem pelos tempos afora.
A leitura diária dos jornais nem sempre provoca as reflexões adequadas sobre essa passagem do tempo e, eventualmente, até mesmo o discurso oficial nas páginas de opinião da imprensa induz a pensar que as forças do retrocesso são muito mais poderosas do que imaginamos.
Um salto entre 1888 e 2012 pode nos convencer de que a modernidade do Brasil é uma ilusão.
*Jornalista e escritor
Disponível em:


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Venda do fóssil de 80 milhões de anos está sendo contestada pelo governo da Mongólia


O esqueleto quase intacto de um tiranossauro foi leiloado por 1,05 milhão de dólares (mais de R$ 2 milhões) no domingo em Nova York, mas a venda foi contestada pelo governo da Mongólia.
O Tyrannosaurus bataar (também conhecido como tarbossauro), pequeno primo asiático do temidoTyrannosaurus Rex, viveu há cerca de 80 milhões de anos e media 2,4 metros de altura e 7,3 de comprimento, segundo a casa de leilões Heritage Auctions.

O esqueleto foi descoberto no deserto de Gobi, que abrange o norte da China e sul da Mongólia. Greg Rohan, presidente da casa de leilões, disse não saber em qual país o esqueleto foi achado, mas que o material entrou legalmente nos EUA.
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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tipos de Palhaços


Informações e texto disponível em:




O Palhaço


No filme O Palhaço, dirigido e protagonizado pelo ator Selton Mello,  Benjamim, o dono do circo tem uma repentina e intensa crise existencial. No meio do frisson causado pela chegada de seu espetáculo (ironicamente, chamado de Esperança) a pequenas cidades do interior, o personagem se mostra exausto com os problemas do cotidiano: o músico da trupe quer um adiantamento e o pai – e também palhaço – (vivido por Paulo José) é enganado pela namorada mais jovem.
Assim como Benjamim, a imagem do palhaço também sofre hoje com a transformação de sua identidade e seu lugar na sociedade. Competindo com outras formas modernas de entretenimento e passando por evoluções da linguagem, a arte do palhaço luta para sobreviver enquanto se adapta a outras formas de representação cênica. Não é um privilégio do tempo presente: a história dessa figura humorística também é difusa.

Veja o trailler do filme:

Não se sabe precisar ao certo quando surgiram os primeiros palhaços – estudiosos apontam para a quinta dinastia egípcia, por volta do ano 2400 a.C., mas diversas manifestações similares aconteceram em diferentes civilizações. Seja a pantomima da antiga Grécia, os bobos da corte ou mesmo as figuras cômicas do teatro kabuki japonês, fato é que o palhaço consolidou-se primordialmente como um sátiro da sociedade ...
 ...“O palhaço perdeu o poder que ele tinha antigamente, quando, dentro da corte, fazia a transição entre o povo e a realeza. Hoje o palhaço busca um resgate da pureza da humanidade”, afirma Mario Zanatta, diretor teatral e fundador da Oficina do Ator Cômico, que desenvolve, entre outras formações dramáticas, a figura do clown, o palhaço moderno que se diferencia do tradicional no visual e na intenção.
 “O palhaço de circo é uma figura mais grotesca, exagerada, que se preocupa mais com truques cênicos. Já o clown busca seu humor não em truques, mas em si mesmo, relacionando-se com seu lado mais ingênuo e fazendo o público se conectar com esse aspecto mais simples de sua humanidade”, diferencia.

Origens
Zanatta afirma que a origem moderna do palhaço (termo que deriva do italiano pagliaccio, que por sua vez vem de omino di paglia, “homem de palha”), remonta aos servos da commedia dell’arte, um tipo popular de teatro de improviso popular na França e na Itália do século 16 ao século 18: “Ali estabeleceu-se a hierarquia dos palhaços, que possibilitam o jogo de humor entre eles.
O servo mais ingênuo, que apanha, e o servo superior, que bate mas é enganado pelos outros, são arquétipos de figuras cômicas que passaram para o circo tradicional e mesmo para o cinema, como o Gordo e o Magro e os Três Patetas”. Já o clown (palavra cuja origem é incerta, mas que provavelmente passa pelo dialeto islandês klunni, “desajeitado”) teve seu desenvolvimento principal na escola do mímico francês Jacques Lecoq. “O clown é, de certa forma, um resgate da arte do palhaço. Reconecta o homem com seu lado lúdico, e faz rir por isso”, diz o ator, mas ressaltando que as diferenças entre essas duas representações cômicas tendem a desaparecer pela globalização, que aproxima os estilos e abole as nomenclaturas diversas.

Informações, texto e imagem disponível em:

domingo, 13 de maio de 2012

Mães marcantes do cinema


Para comemorar o Dia das Mães, a TViG selecionou as cenas mais marcantes do cinema com mães e filhos. Veja a lista:

5º Lugar - Mãe do Dumbo (1941)

4º Lugar - Uma Thurman em Kill Bill Volume 2 (2004)

3º Lugar - Sharon Warren em Ray (2004)

2º Lugar - Angelina Jolie em "A Troca" (2008)

1º Lugar - Patrícia Pillar em "Zuzu Angel" (2006)

Acompanhe no link abaixo:

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Gravidez na real

Mães famosas dão dicas sobre: gravidez: parto, dieta, sogra...
Acompanhe as histórias no infográfico:

http://g1.globo.com/platb/gravidez-na-real

Com definição de nomes, Comissão da Verdade inicia trabalhos no dia 16


          A presidente Dilma Rousseff escolheu os sete integrantes da Comissão da Verdade. São eles: José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, Gilson Dipp, ministro do Superior Tribunal de Justiça, Rosa Maria Cardoso da Costa, ex-advogada da presidente Dilma, Cláudio Fonteles, o diplomata e ex-secretário de Direitos Humanos do Ministério da Justiça Paulo Sérgio Pinheiro, a psicanalista Maria Rita Kehl e o advogado e jurista José Paulo Cavalcanti Filho. A posse está marcada para o dia 16 de maio e os ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva participarão da cerimônia.
A Comissão da Verdade gerou uma grande polêmica desde quando foi anunciada, há dois anos. Em todas as manifestações os militares da reserva, principalmente do Exército, afirmam que a comissão será revanchista e tentará reescrever a história à sua maneira. Mas o governo rebate esta tese e insiste que a comissão será de Estado e agirá com imparcialidade.
Entre os objetivos da comissão estão “esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos humanos” entre 1946 e 1988 e “promover o esclarecimento circunstanciado dos casos de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, ocultação de cadáveres e sua autoria, ainda que ocorridos no exterior”. A partir da instalação, a comissão terá dois anos para conclui os trabalhos.
Não está estabelecido como será o rito de funcionamento da comissão. Cada integrante do grupo receberá um salário mensal de R$ 11.179,36.
A lei prevê que a comissão requisite documentos de órgãos públicos, convoque pessoas para entrevistas, promova audiências públicas e peça proteção para indivíduos que eventualmente se encontrem “em situação de ameaça” por causa da colaboração com os trabalhos. A legislação ainda estabelece que as atividades não terão “caráter jurisdicional ou persecutório” e que “é dever dos servidores públicos e dos militares colaborar” com a comissão. Está prevista ainda parcerias com instituições de ensino superior e organismos internacionais. 

Grupo terá dois anos para esclarecer violações de direitos humanos ocorridos no Brasil entre 1946 e 1988

Disponível na Gazeta do Povo

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Dia das Mães


          Apesar de origens e locais diferentes no mundo existem diversas formas de comemoração e homenagem ao Dia das Mães.

            A entrada da primavera era festejada em honra de Reia, a Mãe dos deuses na Grécia Antiga.  Na Idade Média os trabalhadores que moravam longe de suas famílias recebiam um dia para visitar suas mães. Os ingleses deram o nome de “mothering day”. 

            Na Noruega a data é comemorada no segundo domingo de fevereiro. Na África do Sul e Portugal, no primeiro domingo de maio e no quarto domingo deste mês na Suécia. Os mexicanos possuem uma data fixa, dia 10 de maio. Na Tailândia, 12 de agosto, em comemoração ao aniversário da rainha Mom Rajawongse Sirikit. No Brasil, assim como nos Estados Unidos, Japão, Turquia e Itália, a data é comemorada no segundo domingo de maio.

Em 1905, nos Estados Unidos, Ana Jarvis,  perdeu sua mãe na Guerra Civil Americana. Entrou em grande depressão. Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a idéia de perpetuar a memória de sua mãe com uma festa.

Ana Jarvis,  solicitou que a festa fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas, um dia para todas as crianças fizessem homenagens para suas mães. Foi um grande sucesso.

Em 1914, o presidente Thomas Woodron Wilson oficializou a data. No entanto, o Dia das Mães se tornou uma data triste para ela. A popularidade do feriado fez com que a data se tornar um dia lucrativo para os comerciantes, em especial para os que vendiam cravos brancos, flor que simboliza a maternidade.

"Não criei o dia as mães para ter lucro", disse furiosa a um repórter, em 1923. Entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso. Anna Jarvis morreu em 1948, aos 84 anos.

Referência e informações:



domingo, 6 de maio de 2012

O Almirante Negro



O Almirante Negro, glória a uma luta inglória

Em novembro de 1910, um grupo de marinheiros da Armada brasileira rebelou-se no Rio de Janeiro, assumindo o controle dos principais navios da frota, os encouraçados Minas Gerais, São Paulo e Deodoro, além do cruzador Bahia. Os canhões foram apontados contra o palácio do Catete, na época a sede do poder federal. Esses marinheiros, na maioria negros, mulatos e migrantes nordestinos, pediam o fim dos castigos físicos, aplicados pelo uso da chibata, e melhores condições de trabalho na Marinha. Muitos desses rebeldes ficaram conhecidos pela imprensa em sua época. Posteriormente, o líder do levante, o marinheiro João Cândido, tornou-se uma figura simbólica reverenciada até hoje por uns, pouco conhecida do grande público e sem reconhecimento em seu universo de origem, a Marinha brasileira. 

            A revolta, que durou da noite do dia 22 até 26 de novembro de 1910, provocou pânico na população brasileira, sobretudo na cidade do Rio de Janeiro. Os jornais da época mostram que a população carioca teve o reflexo de fugir do centro da cidade e das regiões litorâneas, com medo dos canhões dos poderosos navios. Mesmo assim, uma parte da imprensa manifestou simpatia pelas reivindicações dos marinheiros. 

            O governo do marechal Hermes da Fonseca, que havia tomado posse uma semana antes da revolta na baía da Guanabara, experimentava com o evento sua primeira crise política. É importante lembrar que Hermes da Fonseca havia disputado uma concorrida campanha eleitoral contra Rui Barbosa, durante o ano de 1909 e início de 1910, quando houve uma mobilização de certos setores da população em torno das candidaturas de Hermes, defendida pelos militaristas, e Rui, apoiado pelos civilistas, segundo a terminologia da época. Esse clima de divisão seria retomado no Congresso com a revolta, havendo desconfiança e pressão de ambas as partes.

 Assim, o governo do marechal, ameaçado, criticado e enfraquecido, concedeu anistia aos rebeldes, mas o Estado autorizaria, poucos dias depois, a exclusão dos elementos “não desejáveis” à disciplina a bordo. Quase 1000 marinheiros foram excluídos da Marinha no início de dezembro do mesmo ano. Nesse mesmo mês, eclodiu uma nova rebelião cujas razões são pouco conhecidas, desta vez um levante dos fuzileiros navais. Essa segunda rebelião foi massacrada em poucas horas pelas forças oficiais da República brasileira.

sábado, 5 de maio de 2012

Tapete Vermelho




Sensível, engraçado e comovente, Tapete Vermelho é a mais bela homenagem feita pelo cinema ao grande Mazzaropi.

Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando era garoto.

Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.




 Veja o trailler:




Assista on line:

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Morre aos 91 anos o cantor sertanejo Tinoco



Ele morreu pouco antes das 2h da madrugada, depois de sofrer duas paradas cardíacas.


O cantor José Perez, mais conhecido como Tinoco, da dupla sertaneja "Tonico & Tinoco", morreu na madrugada desta sexta-feira (4) aos 91 anos. Segundo o site G1, o músico deu entrada no Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Zona Leste de São Paulo, na noite de quinta-feira sofrendo de complicações respiratórias. Ele morreu pouco antes das 2h da madrugada, depois de sofrer duas paradas cardíacas.

           Tinoco nasceu em 1920 na cidade de Pratânia, interior de São Paulo. Ele formava a dupla "Tonico & Tinoco" com o irmão José Salvador Perez, o Tonico, que faleceu em 1994.
O velório de Tinoco foi marcado para as 10h da manhã no cemitério da Quarta Parada, no bairro do Belém, Zona Leste de São Paulo. O enterro será realizado no cemitério Vila Alpina, também na Zona Leste da cidade.




Carreira
Tonico e Tinoco fizeram seu primeiro show profissional em 1935, como a dupla Coração do Brasil, uma das primeiras da cena sertaneja brasileira. A dupla se mudou para São Paulo em 1943 e participou de diversos programas de calouros no rádio. Foi na Rádio Difusora que a dupla definiu o nome artístico de Tonico e Tinoco.
O primeiro disco foi lançado um ano depois e trouxe sucessos como "Percorrendo o Meu Brasil", "Canoeiro" e "Cana Verde". Foram mais de mil gravações feitas por Tonico e Tinoco nos 60 anos de carreira, lançadas em 83 discos, que venderam mais de 150 milhões de cópias. A agenda dos irmãos soma 40 mil shows. Entre as canções de maior sucesso estão "Chico Mineiro", "Chalana" e "Tristeza do Jeca".
O último show da dupla foi na cidade mato-grossense de Juína, em 7 de agosto de 1994. Em 60 anos de carreira, Tonico e Tinoco realizaram cerca de mil gravações, divididas em 83 discos que venderam mais de 150 milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda a carreira.

Disponível na Gazeta do Povo:


quarta-feira, 2 de maio de 2012

Nome de Anita Garibaldi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria


Anita Garibaldi, combatente da Revolução Farroupilha e pela Unificação Italiana, é a segunda brasileira a ter seu nome inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que registra perpetuamente os nomes dos brasileiros e de grupos de brasileiros que tenham dado a vida pela pátria “defendendo ou construindo, com dedicação e heroísmo”. A lei reconhecendo o papel histórico da  catarinense foi publicada nesta quarta-feira, no Diário Oficial da União.

Antes de Anita, apenas a enfermeira baiana Ana Nery, heroína da Guerra do Paraguai, havia sido admitida no chamado Livro de Aço, onde estão inscritos Tiradentes, Zumbi dos Palmares, o guerreiro guarani Sepé Tiaraju, os líderes da Revolta dos Búzios, o Marechal Deodoro da Fonseca, Dom Pedro I, o Duque de Caxias e  Alberto Santos Dumont, entre outros.

Anita Garibaldi, nascida Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, foi esposa do herói italiano Giuseppe Garibaldi que, no Brasil, lutou pelos ideais republicanos contra o Império. Anita conheceu Giuseppe em 1837, durante a Guerra dos Farrapos, quando as forças da República Rio-Grandense tomaram a cidade catarinense de Laguna. Com o tempo, ela aprendeu a manejar armas e passou a acompanhar o marido nas batalhas. Com a derrocada dos Farroupilhas, partiu com o marido para a Itália, onde participou das lutas pela unificação daquele país—o que lhe valeu o título de “heroína de dois mundos”.

O Livro dos Heróis da Pátria foi criado em novembro de 2007, pela Lei 11.597, assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Está depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.

12 anos do assassinato de Antônio Tavares

          No dia 02 de maio de 2000, cerca de mil trabalhadores rurais procedentes de várias regiões do Paraná, dirigiam-se para uma manifestação. A manifestação teria início no Parque Barigui, de onde sairiam em passeata até a sede do INCRA com o objetivo de entregar uma pauta de reivindicações.

          Os ônibus que transportavam os trabalhadores rurais foram barrados pela polícia na BR-277, próximo de Campo Largo, região metropolitana de Curitiba. A polícia, colocando várias viaturas entre os ônibus da caravana, impediu que os trabalhadores seguissem viagem. Imediatamente, iniciou-se uma operação de repressão ao movimento. Centenas de trabalhadores rurais ficaram feridos. Antônio Tavares Pereira, um dos manifestantes, foi assassinado no local.







Causos de Tamandaré - Dona Maria Preta*

           Estava na hora do almoço, não via a hora de chegar em casa. Observei um tumulto. Muitas pessoas e o trem ligado, parado. Cheguei mais perto e observei uma mão e um pé caídos no trilho. Havia alguém embaixo do guarda-pó branco que uma professora colocou no chão.

Era um menino que ia de bicicleta para a escola. Lembro que ele ia de bicicleta, pois não era todo mundo que tinha. Ficou lá o dia todo, próximo a entrada da Vila Grécia.

O IML demorou para chegar. Todos em volta. Professores, crianças, curiosos. Mais tarde chegou a mãe daquele menino. Somente perto do anoitecer recolheram o corpo. A Estrada de Ferro já tirou a vida de muitas pessoas.

Depois de ter visto aquela cena fiquei com a imagem na cabeça. Não conseguia mais passar em frente ao local. Como não passar se tinha que ir para aula todos os dias? Chorava e tremia de medo. Então minha mãe arrumou a solução: ir na Dona Maria Preta para benzer.

Fomos a tarde, pois era o horário indicado. Dona Maria com sua fala mineira perguntou o estava “acucedendo” com a menina. Depois do relato da história ela foi lá no terreiro tirou uns galinhos, pegou uma água molhou, benzeu, molhou benzeu, fazendo o sinal da cruz e determinou que eu fosse durante uma semana toda tarde rezar pelo menino no local do acontecido e acender uma vela.

Por determinação da Dona Maria minha mãe me arrastou e me obrigou a rezar e acender a vela. Fui. A oração era para o "anjinho da guarda" do menino...

Depois de uma semana já passava tranqüila pelo lugar. Porém,  me recordo como se tivesse acontecido agora.

“Dona Maria Preta”... benzedeira   
                                         
                                                                                                                                Maria Alzira

* Fato real - Almirante Tamandaré - 1982

Ajuda pelo toque das mãos



Aos 75 anos, Eva Pinto Rebello não se intimida em limpar a casa, cortar lenha, cuidar da horta de ervas medicinais e ainda atender aos doentes que a procuram. No pequeno altar do quarto de casa, ela acende a vela, pega o rosário e um galho de arruda e começa as orações. O toque de suas mãos enrugadas já ajudou centenas de adultos e crianças nos últimos dez anos, quando começou a atividade de benzedeira.
Assim como dona Evi­­nha, como é chamada, existem 294 benzedeiras já identificadas no interior do Paraná. Vêm das cidades de Rebouças e São João do Triunfo, ambas no Centro-Sul do estado, as primeiras leis municipais de que se tem registro no Brasil para o reconhecimento da atividade das benzedeiras. Na região também foi criado o Movimento Aprendizes da Sabedoria (Masa). “O movimento serviu como uma ferramenta para a articulação das benzedeiras, que não se comunicavam entre si e se sentiam acuadas pelo preconceito contra a atividade”, comenta Taísa Lewitzki, uma das coordenadoras.
A partir do mapeamento realizado pelo grupo foram identificadas 133 benzedeiras em Rebouças e 161 em São João do Triunfo. Em março de 2009, o estudo fundamentou a elaboração de uma lei na Câmara Municipal de Rebouças para o reconhecimento da atividade. Em fevereiro de 2012, o mesmo procedimento foi adotado em São João do Triunfo.
Taísa lembra que as leis municipais são inéditas no Brasil. “Existem leis semelhantes que reconhecem a atividade das parteiras, mas, nesses moldes das leis das benzedeiras, o trabalho é inédito”, acrescenta. Na prática, as leis permitem que as benzedeiras, rezadeiras, curandeiras e costureiras de rendiduras (dores musculares) tenham acesso e manipulem ervas medicinais. Elas também podem contribuir com políticas de saúde pública.
No quintal da casa de dona Evinha existem, por exemplo, 16 tipos de ervas medicinais. “Eu dou um ramo para a pessoa que precisa e ensino como fazer o remédio”, diz. Ela aprendeu o ofício com a mãe e há dez anos pratica o benzimento.
Especial
Há oito anos na atividade, a curandeira Alice Teixeira descobriu o dom quando impôs as mãos sobre o peito da filha de 2 anos que sofria de desmaios. “Um clarão entrou na janela do meu quarto e eu fui chamada a curar as pessoas em forma de retribuição pela saúde da minha filha”, completa. Ela afirma já ter curado pessoas com feridas graves e até recuperado quem estava em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Já Marta Drabeski, que está no ramo há 24 anos e é vereadora em São João do Triunfo, diz que desde a infância se sentia especial. “Mas eu tinha medo da minha mãe, que era luterana e não acreditava nas minhas visões.” Ela afirma ter visto aos 11 anos Nossa Senhora das Graças aos pés de sua cama, enquanto passava uns dias na casa da irmã mais velha. “A partir daí eu soube que tinha que curar as pessoas que precisavam.”
Voluntariado
A atividade é voluntária, mas a ajuda com alimento ou dinheiro não é negada por parte das curandeiras. “Quem quer e pode deixa um quilo de alimento”, comenta Alice, que vive de carpir quintal e colher maçãs. Dona Evinha, que é pensionista, também não cobra nada pelo serviço, mas aceita de bom grado os presentes que recebe. Ela mostra o velho guarda-roupas de duas portas cheio de fronhas e panos de pratos bordados, doados pelos pacientes e que ainda nem foram usados.

Médicos veem atividade com preocupação
A cura por métodos alheios à ciência é vista com ressalvas por médicos. “A segurança científica não pode ser deixada de lado”, lembra o oncologista e vice-presidente do Instituto Ciência e Fé, Cícero Urban. Ele ressalta que um tratamento tradicional não pode ser substituído pelo alternativo, proposto por curandeiros e benzedores. “A medicina não substitui o curandeiro nem o curandeiro substitui a medicina. Eu não digo para um paciente não procurar uma benzedeira, mas eu acho que ele precisa tomar cuidado, principalmente se quiser substituir um tratamento médico”, opina.
Para a psiquiatra e coordenadora regional no Paraná da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, Maria Lúcia Maranhão Bezerra, o que preocupa o médico é o atraso causado na busca pelo tratamento convencional provocado por quem é adepto de sessões de benzedeiras e curandeiros. “A tendência dos médicos é respeitar essa atividade, mas esperamos que nenhuma dessas práticas interfira na possibilidade de tratar o paciente a tempo de recuperar sua saúde”, afirma. (MGS)
Cultura
Ato de curar pode ser considerado patrimônio imaterial
O ato de curar por meios não tradicionais é visto como um patrimônio imaterial da cultura brasileira pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – ligado ao Ministério da Cultura. Porém, ainda não há registros oficiais da atividade no instituto. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, existem dois estudos em desenvolvimento para o reconhecimento das benzedeiras, um no Rio Grande do Norte e outro no Ceará.
No ano passado, o mapeamento das benzedeiras realizado pelo Movimento Aprendizes da Sabedoria (Masa), que originou as leis municipais em São João do Triunfo e Rebouças, conquistou o prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, que reconhece iniciativas de proteção, preservação e divulgação do patrimônio cultural brasileiro. (MGS)
Interatividade
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As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Disponível na Gazeta do Povo, em: